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    Formação de novo governo na Alemanha ainda levará meses, diz especialista

    Angela Merkel será substituída após 16 anos no poder

    Da CNN* Em São Paulo

    As acirradas eleições que dão início à sucessão da chanceler Angela Merkel na Alemanha vão demorar para serem definidas, avalia o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Cairo Junqueira, em entrevista à CNN.

    Em uma pesquisa de opinião divulgada neste domingo (26), o Partido Social-Democrata (SPD), de esquerda, está com 26% dos votos, um pouco à frente do partido conservador de Merkel, União Democrata-Cristã, que está com 24%.

    “O cenário é de muita incerteza, fruto de uma série de acontecimentos, de turbulência, de crise. Temos agora um cenário que demandará meses e meses para saber de fato como as forças internas e os partidos políticos da Alemanha vão formar esse novo governo”, afirma.

    Ele avalia o desempenho da atual ocupante do cargo, que está há 16 anos no poder.

    “Merkel deixa um legado de alguns pontos positivos, mas outros negativos, de não conseguir recuperar algumas questões históricas e problemas sociais internos da Alemanha. Salvo engano, desde 1949 que não há essa atual conjuntura. É uma perda de intenção de voto gigantesca para o partido, mesmo com a popularidade dela”, diz Junqueira.

    O professor explica o papel do chanceler no país. “Mesmo determinado partido tendo maior número de vagas no parlamento alemão, o chanceler tem que governar levando em conta interesses de outros partidos. Se (Olaf) Scholz, do SPU, vencer, terá de governar levando em consideração o partido de Merkel e o Partido Verde, que vem ganhando uma projeção grande. Mas independente do partido que conseguir estabelecer seu chanceler, não levará em consideração na formação de coalização a AFD (Alternativa para a Alemanha), um partido de extrema-direita, com nuances e discursos muito racistas, xenófobos e anti-imigração, mesmo tendo uma votação expressiva”.

    (*Publicado por Ligia Tuon)