Opositor de Putin está sendo transferido para nova prisão, dizem autoridades russas
Os advogados de Alexei Navalny denunciaram seu desaparecimento no começo do mês
O líder da oposição russa, Alexei Navalny, está sendo transferido para uma nova prisão na Rússia, segundo divulgou o serviço prisional russo nesta sexta-feira (15). As autoridades disseram que sua chegada será divulgada de acordo com a lei.
Os advogados de Navalny disseram, anteriormente, que o opositor estava desaparecido desde o dia 6 de dezembro.
Navalny seria transferido para uma prisão em “regime especial”, o grau mais severo no sistema prisional da Rússia, quando perdeu contato com os advogados.
O transporte de prisioneiros é feito por trem e pode levar semanas. Advogados e familiares ficam incapazes de obter informações sobre a localização e bem-estar dos prisioneiros até chegarem ao seu destino.
Sota.vision, um meio de comunicação online em russo disse que uma nota sobre Navalny foi lida nesta sexta-feira (15) em uma sessão judicial no serviço penitenciário da região da cidade de Vladimir – a 235 km de Moscou – onde o opositor estava detido.
De acordo com o Sota.vision, a sentença diz: “Alexei Navalny deixou a Instituição Penitenciária Federal IK-6 na região de Vladimir e foi para uma instalação localizada fora da região de Vladimir.”
A chegada dele à nova instalação, que não consta da nota, será divulgada no âmbito da legislação em vigor.
Navalny, um ex-advogado que ganhou destaque ao satirizar a elite do presidente Vladimir Putin e alegar vasta corrupção, foi condenado em agosto a mais 19 anos de prisão, além dos 11 anos e meio que já estava cumprindo.
“Não se sabe para onde ele foi levado”, disse a porta-voz de Navalny Kira Yarmysh, acrescentando que os advogados foram informados de que ele deixou a região de Vladimir em 11 de dezembro.
“Deixe-me lembrá-los de que os advogados não veem Alexei desde 6 de dezembro. Não sabemos por que eles não tiveram permissão para encontrá-lo, se Alexei ainda estava na IK-6”, disse o advogado.
Navalny ganhou a admiração da oposição por ter retornado voluntariamente à Rússia em 2021, depois de ter sido envenenado, segundo testes de laboratórios internacionais.
O opositor disse que foi envenenado na Sibéria em agosto de 2020. O Kremlin negou ter tentado matá-lo e disse que não há provas de que ele foi envenenado.