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    Defendo que coronel Élcio Franco seja o último a depor na CPI, diz Renan

    Caso a vontade do relator se cumpra, o coronel da reserva prestaria o segundo depoimento à CPI

    João de Marida CNN Em São Paulo

    O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu nesta quinta-feira (23) em entrevista à CNN que o coronel Élcio Franco seja a última pessoa a depor na comissão.

    “Não há consenso ainda, mas eu defendo que [o último a depor na CPI] seja o coronel Élcio Franco, que foi secretário-executivo do Ministério da Saúde e coordenador de todo processo de aquisição de vacinas”, afirmou.

    Caso a vontade do relator se cumpra, o coronel da reserva prestaria o segundo depoimento à CPI. Isso porque o ex-secretário do Ministério da Saúde sob a gestão do ex-ministro Eduardo Pazuello já foi ouvido pela CPI no início de junho deste ano.

    Na ocasião, ele explicou sobre os processos de negociações de vacinas. Franco se contradisse em relação à aquisição da Coronavac e disse que existia o risco de ter havido supernotificação de casos da Covid-19 no Brasil.

    À época, as denúncias sobre um possível esquema de corrupção na compra de doses da Covaxin, envolvendo o governo federal, ainda não tinham sido levadas à CPI. O caso explodiu no final daquele mês

    “Eu acho que se nós encerrarmos a CPI com a volta de Élcio Franco, estaremos muito bem”, disse Renan Calheiros à CNN. “O difícil é encerrar a CPI. Já estava com relatório preparado para apresentá-lo hoje, mas a cada dia sentimos que temos que atualizar com mais fatos”. A CPI está prevista para ir até o dia 4 de novembro.

    Élcio Franco deixou o Ministério da Saúde no dia 26 de março, e agora tem um cargo de assessor na Casa Civil da Presidência. Em 29 de janeiro, Franco teria mandado um ofício a 16 secretarias e diretorias do ministério dizendo que as tratativas com relação à vacina indiana Covaxin seriam concentradas nele, segundo documento oficial obtido pelo jornal “O Estado de S.Paulo” e confirmado pela CNN.

    Como chefe de Luis Ricardo Miranda, que levou a denúncia à CPI, teria feito pressão pela aprovação da Covaxin.

    Convocação de Braga Netto

    Na entrevista à CNN, o senador também defendeu a convocação do ministro da Defesa Walter Souza Braga Netto.

    “Eu continuo a defender [a convocação do ministro] porque ele foi o responsável pelo comitê de enfrentamento da crise, já esteve duas vezes na Câmara dos Deputados se não me engano. Seria importante sim, se ele pudesse comparecer a CPI”, afirmou.

    Segundo ele, no entanto, é “importante lembrar que a CPI é coletiva, e qualquer encaminhamento tem que ser feito pela maioria”.

    Em agosto, a CPI tentou levar Braga Netto para questioná-lo sobre “inércia e negligência na Coordenação de ‘Gabinete de Crise’ para articular e monitorar ações interministeriais de enfrentamento ao coronavírus e para assessoramento da Presidência da República”, já que no início da pandemia ele chefiou a Casa Civil.

    No entanto, senadores contrários à convocação afirmam que dificilmente ele deixaria de ser perguntado sobre os riscos para as eleições do ano que vem, fugindo do foco da oitiva, e podendo acirrar a crise militar.

    “Gostaria muito de levá-lo para depor, mas compreendo as razões que meus companheiros colocam”.

    Relatório final da CPI será aprovado pela maioria

    Mais cedo, também em entrevista CNN, o senador Jorginho Mello (PL-SC), vice-líder do governo no Congresso que protagonizou uma briga com Renan Calheiros durante sessão da CPI desta quinta-feira (23), falou sobre os desdobramentos da CPI e afirmou que não terá problemas em apontar, no relatório final da comissão, os responsáveis por irregularidades em compras de vacinas, desde que não seja feito um “relatório político”.

    “Eu não tenho dificuldade nenhuma em responsabilizar qualquer tipo de envolvido nas compras de vacinas no final do relatório. Só que não posso concordar é com relatório político”, disse.

    Na avaliação do relator da comissão, o relatório será discutido no colegiado de 11 senadores, mas será aprovado pelo chamado “G7”, grupo majoritário de senadores de oposição e independentes ao governo Bolsonaro.

    “O G7 foi mantido, sem brigar, até o final da CPI, e está preparado para elaborar o relatório final. O material será discutido, mas será aprovado pela ampla maioria”, concluiu Renan Calheiros à CNN.