Eletronuclear assina acordo com estatal de energia nuclear da Rússia
Memorando de entendimento prevê cooperação e desenvolvimento do setor no Brasil
Responsável pela operação das duas usinas nucleares de Angra dos Reis e pela terceira, que está em obras, a estatal Eletronuclear assinou um memorando de entendimento com a homóloga russa Rosatom. O acordo foi fechado durante a Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que ocorre em Viena, na Áustria.
O acordo, válido por três anos, aborda temas como construção de usinas nucleares no Brasil, projetos para desenvolvimento de reatores terrestres e flutuantes e gestão de resíduos.
O acordo de cooperação inclui outras possibilidades, como técnicas de construção e ciclo do combustível. O documento também abre espaço para participação da Rosatom na sondagem de mercado do modelo econômico.
Presidente da Eletronuclear, Leonan dos Santos Guimarães destacou a importância do acordo para a empresa e o setor energético no Brasil.
“Para a Eletronuclear, esse instrumento de cooperação mútua assinado com a Rosatom, representa uma excelente oportunidade na expansão futura de nossos negócios, e em especial, no atendimento à necessidade de expansão da geração nucleoelétrica em nosso país”, afirma.
O memorando é o primeiro passo para que as duas empresas estreitem o relacionamento e desenvolvam parcerias técnicas e empresariais. Neste momento, ele não gera obrigações ou ônus, mas prevê ações de treinamento do quatro técnico da Eletronuclear, por parte da Rosatom.
O acordo ocorre em um momento no qual a Eletronuclear busca retomar as obras da usina de Angra 3, que demandará mais R$ 18,4 bilhões para ser concluída.
A empresa pretende fazer a retomada ainda em 2021. A licitação já foi realizada e, neste momento, a estatal aguarda a aprovação do contrato da primeira parte da obra, pela Eletrobras, para iniciar a construção do prédio do reator.
Atualmente, as usinas Angra 1 e 2, juntas, têm capacidade instalada de 2.010 megawatts (MW). Este total responde por 2% da matriz energética brasileira. O novo reator, com inauguração prevista para 2026, expandirá a capacidade de geração em 1,4 mil mw, ampliando a oferta para 3,41 mil mw.