Doenças como catapora, meningite e outras infecções se espalharam em Gaza, diz OMS
Além disso, cerca de 165 mil casos de diarreia foram registados entre crianças com menos de cinco anos no território
Doenças como catapora, meningite e infecções do trato respiratório superior estão se espalhando na Faixa de Gaza, disseram autoridades médicas palestinas e internacionais, à medida que as condições de vida se deterioram devido ao cerco e à ofensiva israelense em curso.
Cerca de 160 mil a 165 mil casos de diarreia foram registados entre crianças com menos de cinco anos, pontuou um alto funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma conferência de imprensa nesta terça-feira (12), descrevendo o número como “muito maior” do que o normal.
Casos de impetigo, meningite e icterícia também foram registrados no território, segundo Richard Peeperkorn, representante da OMS nos territórios palestinos ocupados.
A organização de saúde da ONU está tentando criar laboratórios móveis em Gaza para analisar amostras de icterícia, acrescentou Peeperkorn.
Ele alertou que as condições de vida precárias estão contribuindo para a propagação de doenças.
Cerca de 80% da população da Faixa de Gaza foi deslocada enquanto os militares israelenses mandavam milhares de pessoas a irem para áreas cada vez mais pequenas no meio da ofensiva terrestre contra o Hamas.
Os medicamentos e outros fornecimentos médicos vitais foram cortados ou limitados pelo bloqueio da fronteira de Gaza a quase toda a ajuda internacional.
Mais de 130 mil casos de infecções do trato respiratório e 35 mil casos de erupções cutâneas foram registrados, informou o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, em Gaza, em um relatório publicado na segunda-feira (11).
Foram registrados ao menos 4.395 casos de catapora, 17.511 casos de piolhos e 19.325 casos de sarna, segundo o relatório.
A propagação de doenças pressionou ainda mais o sistema de saúde em Gaza, que Peeperkorn, da OMS, descreveu como estando “de joelhos”.
Apenas 11 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente funcionais, afirmou Peeperkorn, enfatizando os desafios colocados pela falta de pessoal e pelo aumento do número de pacientes.
“Os médicos são obrigados a priorizar quem recebe atendimento e quem não recebe. E eles estão tratando muitos dos casos graves imediatamente nos corredores ou no chão ou mesmo na capela”, destacou.