Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Crise energética pode levar o PIB para menos de 1% em 2022, diz economista

    Taxa Selic deve chegar a 8,5% até o final de 2021

    Produzido por Renata Souza*da CNN em São Paulo

    A alta nos preços de commodities e do barril do petróleo, aliada a desvalorização do real frente ao dólar são alguns dos fatores que estão pressionando a inflação. No mês de agosto, o IPCA teve a maior alta em 21 anos. A expectativa dos especialistas é que o Banco Central continue aumentando a Selic, a fim de controlar a taxa de juros que estava muito baixa.

    Apesar do pior da crise de Covid-19 já ter passado, a economista-chefe da Panamby Capital, Tatiana Pinheiro, explica porque o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil será baixo em 2022, podendo sofrer ainda mais queda caso a crise energética provoque racionamento.

    “O crescimento do ano que vem é baixo. Muito provavelmente o Brasil volta ao ritmo de crescimento do PIB que a gente observou de 2017 a 2019, quando o Brasil crescia em torno de 1%.”

    “Em cima de tudo isso, ainda temos a possibilidade da crise energética. O clima continua bastante seco. Em outubro entra o período de chuvas, mas precisa chover muito mais que a média, e a crise energética é o grande fator de risco que pode trazer o PIB um pouco para baixo de 1%”.

    Tatiana ressalta que algumas casas de análises já projetam esse risco do PIB ser ligeiramente abaixo de 1%, mas isso dependerá das próximas tomadas de decisão do governo frente ao risco de racionamento. “Quanto mais o tempo passa e o clima continua seco, e o governo posterga algumas decisões mais definitivas, mais incisivas de controle de consumo, vai aumentando a probabilidade da necessidade de racionamento.”

    A economista elenca outros fatores que poderão contribuir para a dificuldade do crescimento, entre eles o desemprego. “Isso pensando no aperto da política monetária, pensando que o estímulo fiscal diminui mais um pouco no ano que vem, pensando que o mercado de trabalho vai continuar ainda muito enfraquecido, com a taxa de desemprego ainda bastante alta, pensando no grau de endividamento das famílias que já está bastante elevado, e que em um ambiente onde você tem aumento de taxa de juros, o crédito vai ficar mais caro, então é menos crescimento.”

    Selic

    Em relação à Selic, a projeção é que até o final de 2022, a taxa alcance 8,5%. Na quarta-feira (22) haverá uma nova reunião de política monetária e a tendência é que o Banco Central suba a Selic em 100 pontos, trazendo de 5,25% para 6,25%.

    “Uma parte dos analistas espera que [a alta] entre em 2022 e, ainda nas primeiras reuniões, o Banco Central continue aumentando os juros e, com isso, se faz o acerto de juros. A taxa de juros no Brasil estava muito baixa, extremamente estimulante à atividade econômica, agora grande parte da crise do Covid-19 já passou e está na hora de acertar os ponteiros, seja na política monetária, seja na política fiscal”, defende Tatiana.

    * (sob supervisão de Elis Franco)