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    “A partir de quinta estarei em condições de ler relatório da CPI”, diz Renan

    À CNN, relator da comissão disse ainda que os casos da Prevent Senior e da Precisa Medicamentos devem ganhar "bastante importância no texto final"

    Thais Arbexda CNN

    Relator da CPI da Pandemia, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) disse à CNN neste sábado (18) que o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito deve ser apresentado na semana que se inicia. “A partir de quinta [23] estarei em condições de ler o relatório”, disse Renan.

    Nesta sexta (17), após a operação da Polícia Federal na sede da Precisa Medicamentos, integrantes da cúpula da CPI passaram a dizer que os trabalhos do colegiado poderiam ser prorrogados. A chegada de um dossiê elaborado por um grupo de médicos que trabalhou na Prevent Senior e a decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação em adolescentes reforçariam a necessidade de adiar o funcionamento da comissão.

    O relator, no entanto, está trabalhando para finalizar seu parecer –independemente de uma possível decisão pela prorrogação da CPI da Pandemia. De acordo com Renan, o caso da Prevent ganhará destaque no relatório final. Na avaliação da cúpula da comissão, as denúncias apresentadas pelos médicos que trabalharam para a operadora de saúde dão conta de que pacientes foram usados como cobaias humanas.

    Segundo o dossiê, a Prevent adotou o uso indiscriminado do chamado kit covid, com cloroquina e azitromicina, numa espécie de tratamento experimental, em pacientes atendidos em sua rede hospitalar, sem que eles fossem nem sequer informados.

    A expectativa é que o diretor-executivo da Prevent Senior Pedro Benedito Batista Junior preste depoimento à CPI na próxima quarta (22). Mesmo que ele não compareça, integrantes da comissão dizem que as apurações feitas até aqui já reúnem elementos suficientes a respeito da atuação da operadora durante a pandemia da Covid-19.

    A assessoria de imprensa da Prevent disse, em nota, que vai pedir investigações ao Ministério Público para apurar as denúncias “infundadas e anônimas levadas à CPI por um suposto grupo de médicos”.

    Enquanto a CPI da Pandemia não recebe o resultado da operação da PF na sede da Precisa, Renan tem elencado todo o material que a comissão desvendou durante esses meses de trabalho. O caso que envolve as negociações da compra da vacina Covaxin é considerado o mais importante do colegiado.

    Um dos principais objetivos dos mandados de busca e apreensão realizados na sede da Precisa, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, era o de encontrar o contrato da empresa brasileira com a indiana Bharat Biotech. A CPI trabalha para esclarecer qual seria o valor que a firma do Brasil levaria do negócio de R$ 1,6 bilhão fechado e –depois cancelado– com o governo brasileiro.

    Mesmo que a PF não tenha conseguido encontrar o documento que teria formalizado o acordo da Precisa com a Bharat, a CPI teve acesso a um processo de negociação semelhante da empresa indiana em outro país. Segundo as informações que chegaram aos senadores, a intermediadora da Bharat ficou com 45% do valor total do negócio.

    Em nota, os advogados da Precisa, Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, classificaram a operação da Polícia Federal como “a prova mais clara dos abusos que a CPI vem cometendo”.

    “É inadmissível, num estado que se diz democrático de direito, uma operação como essa de hoje. A empresa entregou todos os documentos à CPI, além de três representantes da empresa terem prestado depoimento à comissão”, afirmaram.

    Além desses pontos, Renan está debruçado neste fim de semana às sugestões apresentadas por grupos de juristas à cúpula da comissão. Durante a semana, Renan recebeu sugestões de um grupo liderado pelo ex-ministro da Justiça Miguel Reale Júnior e do Prerrogativas, que reúne juristas e advogados.

     

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