Lado a lado, Dino e Gonet terão sabatina simultânea no Senado em formato inédito
Detalhes do rito serão definidos pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, nas próximas horas, de acordo com interlocutores
O senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), definiu que as sabatinas de Flávio Dino e Paulo Gonet serão realizadas simultaneamente na quarta-feira (13).
Os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para o comando da Procuradoria-Geral da República responderão lado a lado aos questionamentos dos senadores.
Os detalhes do rito da sabatina serão definidos por Alcolumbre nas próximas horas, de acordo com interlocutores do presidente da CCJ.
A CNN mostrou no final de novembro que o senador cogitava a análise conjunta das indicações.
O formato vem sendo adotado pelo senador e foi utilizado recentemente durante a sabatina dos nomes de três indicados por Lula para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O modelo, no entanto, é inédito para indicações ao STF e ao comando da PGR.
A tendência é de que a decisão de marcar sabatinas simultâneas diminua as artilharias de senadores contra Dino, que enfrenta maior resistência da oposição.
O ministro estaria exposto a questionamentos mais duros e a sabatina poderia ser marcada por embates calorosos caso a análise de seu nome fosse feita de maneira individual.
O formato escolhido por Alcolumbre agilizaria o processo de análise e reduziria o clima de tensão.
No modelo adotado, Dino e Gonet devem responder aos questionamentos dos senadores em bloco. Isso significa que os indicados terão mais de uma pergunta para responder de uma vez e os senadores, menos tempo para questionar.
Uma parte dos parlamentares avalia que a sabatina realizada ao mesmo tempo esvazia a atuação dos senadores e diminui o tempo que poderia ser gasto com questionamentos a Dino, o que o beneficiaria em meio à resistência a seu nome.
Outra ala minimiza a mudança no formato e considera que o modelo não muda o foco dos senadores em dificultar a aprovação do ministro.