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    CNM: 44% dos municípios vacinaram adolescentes, e decisão da Saúde gera confusão

    Mais de mil municípios já começaram a vacinar adolescentes sem comorbidades, segundo Nélio Aguiar, diretor da Confederação Nacional dos Municípios

    Camila Neumamda CNN São Paulo

    Pelo menos 44% dos municípios estão vacinando adolescentes sem comorbidades, e a decisão do Ministério da Saúde em suspender a imunização deste público “causa confusão”, afirmou à CNN Nélio Aguiar, diretor da Confederação Nacional dos Municípios e prefeito de Santarém (PA).

    O Ministério da Saúde recomendou a suspensão da vacinação contra Covid-19 de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades no país, após publicar nota técnica nesta quarta-feira (15).

    Passa a ser recomendada a vacinação nesta faixa etária somente em adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.

    Levantamento da Agência CNN, apontou que mais de 20 estados e o Distrito Federal vão manter a vacinação de adolescentes sem comorbidades a despeito da decisão do governo.

    Para Aguiar, gestores municipais disseram terem sido pegos de surpresa com a decisão, mas parte deles informou à CNM que manterá a vacinação de adolescentes com e sem comorbidades até receberem parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dizendo o contrário.

    “Quarenta e quatro porcento dos municípios pesquisados já estão vacinando adolescentes sem comorbidades, o que dá quase mil municípios pesquisados. Já recebemos comunicados de vários estados e municípios dizendo que vão manter a vacinação dos adolescentes sem comorbidades até que a Anvisa venha com um documento oficial dizendo que tem que suspender por alguma questão de segurança”, disse.

    Aguiar disse que a medida do Ministério da Saúde causou confusão porque foi justamente a pasta que anunciou em 2 de setembro que no dia 15 do mesmo mês começaria a vacinar adolescentes sem comorbidades.

    Para o diretor da CNM, alguns municípios se anteciparam na vacinação deste público “para não perder as vacinas da Pfizer que já estavam disponíveis”.

    “Alguns municípios já iniciaram a vacinação que tinha com a Pfizer no estoque para não perder as doses. E fomos surpreendidos no dia 15 com o ministério não recomendando mais, causando uma grande confusão na cabeça da população. Sendo que a Anvisa não voltou a se manifestar dizendo que está proibindo [a vacinação]”.

    Ainda segundo Aguiar, se a preocupação do Ministério da Saúde é evitar efeitos colaterais graves em adolescentes, não ficou claro porque a decisão envolveu apenas os adolescentes sem comorbidades.

    “Se tem risco para o adolescente sem comorbidade, deveria ter um posicionamento da própria Anvisa desautorizando. Se fosse para suspender, teria que ter sido feito para todos os adolescentes. Ou quer dizer que o risco de efeito adverso é só para quem não tem comornidade? Quem tem comorbidade não tem risco? Está muito confusa essa relação”, afirmou.