Operação na Precisa sela prorrogação da CPI, dizem integrantes da comissão
Caso da Covaxin volta a ser central para o planejamento da comissão
A busca e apreensão pela Polícia Federal nas sedes da Precisa Medicamentos nesta sexta-feira (17) sela o adiamento dos trabalhos da CPI da Pandemia e recoloca o caso Covaxin como prioritário nos trabalhos da comissão.
A avaliação é de integrantes e técnicos da CPI da Pandemia ouvidos pela CNN.
A operação desta manhã na empresa foi trabalhada sob alto sigilo dentro da comissão e após intenso debate jurídico e consulta a Advocacia Geral do Senado, que formalizou o pedido ao Supremo Tribunal Federal.
Havia dúvidas se uma CPI poderia pedir uma diligência desse porte à PF.
Prevaleceu o entendimento de que isso seria possível e o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi quem a autorizou.
O objetivo principal da operação é buscar dados que ajudem a CPI a fechar o caso Covaxin, que ganhou fôlego no final do primeiro semestre na comissão, mas que no retorno dos trabalhos não conseguiu fechar todas as suas pontas.
E a decisão do governo de cancelar o contrato, após a Controladoria Geral da União suspendê-lo, acabou por ajudar nesse processo, ao lado do próprio descredenciamento pela Bharat da Precisa como sua representante no Brasil.
Em busca de elementos que dessem sobrevida aos trabalhos no segundo semestre, a CPI até tentou novas frentes como a apuração de irregularidades nos contratos da empresa VTCLog.
No entanto, a alta oferta de nomes obscuros que apareceram nas investigações — sem muita clareza dos papéis que exerceram e do que realmente obtiveram nas tentativas de transações — mais confundiu do que ajudou os trabalhos.
Fez-se então a avaliação de que era preciso tentar amarrar as pontas do caso Covaxin, a grande estrela de toda a temporada da comissão.
Agora, a CPI tem dois grandes objetivos. O principal, descobrir como o dono da empresa, Francisco Maximiniano, chegou ao Ministério da Saúde.
Para tanto, buscam-se emails, ofícios e documentos que para a CPI foram cerceados pelo Ministério da Saúde.
O segundo é quanto a Precisa ganhou pela intermediação com a Bharat Biotech e seu contrato com a empresa indiana, algo que nunca apareceu.
E, por fim, há a motivação política: a CPI encontra uma justificativa razoável para estender os trabalhos para mais algumas semanas.