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    Guedes pede ‘socorro’ a Fux e Pacheco por precatório e defende Bolsa Família maior

    Em tom de brincadeira, presidente do STF diz que ministro da Economia colocou em seu colo ‘filho’ que não é seu

    Anna RussiCecília Gelenskeda CNN , em Brasília

    Sem sinal de solução para o pagamento de precatórios, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu socorro aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco.

    “Como reajo? Socorro, ministro Fux; socorro, presidente Pacheco. Como posso manter nossas obrigações, um aumento no Bolsa Família, que todo mundo sabe que é necessário?”, questionou Guedes ao contextualizar a surpresa do Executivo ao receber a conta de precatórios com Orçamento de 2022 praticamente pronta.

    “Meu pedido de socorro, muito mais do que qualquer outra coisa, ao nosso presidente do Supremo, é só um pedido de socorro desesperado, mas de forma alguma depositar o filho ou a responsabilidade no seu colo. Quando a gente está desesperado, a gente corre para pedir proteção aos presidentes dos poderes”, disse o ministro da Economia em evento virtual nesta quarta-feira (15), promovido pelo Movimento Pessoas à Frente, que também contou com a participação de Pacheco e Fux.

    Após a fala de Guedes, Fux esclareceu que, apesar da mediação so Supremo sobre os precatórios, o tribunal não precisa chancelar uma solução que venha do Legislativo por iniciativa do Executivo.

    “Espero ter atendido as suas expectativas nesse espaço de tempo, que foi bom porque nós podemos ouvir a inteligência desse amigo, Paulo Guedes, que é tão amigo que coloca no meu colo um filho que não é meu”, comentou Fux em tom de brincadeira. A fala provocou risos entre os participantes do encontro virtual.

    Aumento do Bolsa Família

    Apesar de o Orçamento de 2022 encaminhado ao Legislativo prever um Bolsa Família com o mesmo valor de 2021, Guedes voltou a falar sobre o aumento de até 40% do valor do programa social, que será rebatizado de Auxílio Brasil no ano que vem.

    “Não R$ 600, R$ 700 ou R$ 800, como todos sabem que querem fazer, mas algo que pague aumento de 30%, 40%, pelo menos”, defendeu.

    Segundo a equipe econômica, antes do conhecimento da dívida de R$ 90 bilhões em precatórios, havia sido previsto um aumento de 50% no valor do programa, que teria benefício mensal de R$ 300.

    “Já estava orçamentado dentro do teto, embaixo da Lei de Responsabilidade Fiscal, [um aumento] moderado. E isso [precatórios] se torna inviável quando tenho que executar uma ordem que empurra as discricionárias R$ 90 bilhões para cima”, reforçou o ministro, que avalia que o governo está “devendo essa melhoria [do programa] para a população brasileira”.

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