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    Ato contra Bolsonaro reúne Ciro Gomes, Doria, Mandetta e Amoêdo em SP

    Para Gomes (PDT), manifestação mostra que "o povo brasileiro está levantando a mais poderosa das espadas, que é a espada da união contra a ditadura"

    Tamires Vitorioda CNN , em São Paulo

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    A manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizada neste domingo (12), na Avenida Paulista, em São Paulo, reuniu nomes como os ex-candidatos à presidência em 2018 Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

    Durante o ato, Ciro Gomes foi o primeiro a ter a palavra e afirmou que “a união no evento se deu pela preocupação do povo em parar a ameaça da morte da democracia”. O pedetista citou o aumento do desemprego e as mortes causadas pela Covid-19 como motivos para a necessidade de manifestações em defesa dos brasileiros.

    “É claro que temos olhares diferentes sobre o futuro do Brasil, mas o que nos reúne, e é o que deve reunir toda a nação civicamente sadia, é a ameaça da morte da democracia e do poder da nação brasileira. O povo brasileiro está levantando a mais poderosa das espadas, que é a espada da união contra a ditadura”, afirmou.

     

    O ex-ministro Ciro Gomes discursou na manifestação – Foto: LUCAS MARTINS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

    Ciro aproveitou o discurso para defender sua decisão de participar do evento, que foi organizado pela liderança do Movimento Brasil Livre (MBL). O pedetista disse que compareceu à manifestação “pelo respeito à democracia” e que, apesar de seu partido e o MBL lutarem por coisas diferentes, a “luta para evitar a morte da democracia” deveria ocupar um papel maior.

    O MBL, que declarou apoio a Bolsonaro durante o segundo turno das eleições de 2018, passou a fazer oposição ao governo ainda em 2019. Desde então, o movimento tem feito críticas às propostas do presidente para a economia, para o combate à corrupção e às tentativas de Bolsonaro de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF).

    O governador de São Paulo, João Doria, durante protesto contra o governo Bolsonaro na Avenida Paulista
    O governador João Doria, durante protesto contra o governo Bolsonaro na Avenida Paulista / Divulgação/Governo de São Paulo

    Já o governador Doria optou por falar mais das questões econômicas no país. Para ele, é difícil que o Brasil volte a ter um “nível aceitável de investimentos” com Bolsonaro no poder. “Somos um país isolado atualmente. O Brasil perdeu seus principais aliados, a China, a Argentina, a Alemanha, os Estados Unidos, agredindo os dirigentes públicos ao em vez de agregar. E também é um país esquecido”, afirmou.

    Segundo Doria, “com impeachment ou sem impeachment”, o país deve caminhar “pela democracia”. “Se o Bolsonaro não sofrer o impeachment, ele irá ser derrotado nas eleições de 2022”, afirmou. O governador de São Paulo acrescentou ainda que “ficará no PSDB quem for contrário ao governo do presidente”.

    Mandetta discursa em manifestação contra Bolsonaro – Foto: ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

    O ex-ministro Mandetta, por sua vez, adotou um discurso já conhecido e mais voltado ao combate à pandemia da Covid-19. Ele citou uma passagem em que diz ter alertado o presidente sobre a doença e afirmou que Bolsonaro teria respondido que “só vai morrer quem tem que morrer”.

    Amoêdo faz discurso em ato na Paulista – Foto: ROBERTO CASIMIRO /FOTOARENA / ESTADÃO CONTEÚDO

    Em um discurso de quase cinco minutos, Amoêdo, do Novo, afirmou que “quer as cores do Brasil de volta, que são as cores do Brasil, e não do Bolsonaro”. Segundo o ex-candidato à presidência pelo partido Novo, “é importante estar em um evento com pessoas que pensam diferente uma das outras”.

    “É esse o Brasil que a gente quer viver e deixar para nossos filhos e netos, é isso que está em jogo, um Brasil onde cada um pode dizer sua opinião, um país sem corrupção, sem rachadinha”, afirmou.

    Amoêdo também elogiou as pessoas que participaram da manifestação, afirmando que “o impeachment de Bolsonaro é o que os une e o que deve ser feito”. “O trabalho não é fácil e a mudança depende de cada um de nós. Não vai ser simples, mas é o certo”, acrescentou o político. “Temos que fazer essa mudança. Queremos um Brasil com esperança, sem medo e sem raiva.”

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