Tensão na fronteira com a Venezuela faz Exército antecipar em ao menos um ano reformulação de base militar de Roraima
Mudança da estrutura na região era planejada há pelo menos uma década
A tensão entre a Venezuela e a Guiana na disputa pelo território de Essequibo fez com que o Exército brasileiro antecipasse, em pelo menos um ano, a transformação do atual Esquadrão de Cavalaria Mecanizado em Regimento de Boa Vista, em Roraima.
Segundo apurou a CNN, a mudança da estrutura na região era planejada há pelo menos uma década. A previsão era concretizar a reformulação no quadriênio que vai de 2024 a 2027. Segundo fontes militares, o mais provável seria 2026.
A necessidade de reforço na fronteira, no entanto, fez o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva, publicar, no dia 29 de novembro, uma portaria determinando a ativação do 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado, com sede em Boa Vista, subordinado à 1ª Brigada de Infantaria na Selva. A portaria consta no Boletim do Exército do dia 1º de dezembro.
Foi essa mudança, inclusive, que permitiu o envio de 16 blindados para reforçar a frota no estado. Outros 12 veículos já estão na região. Além disso, a alteração permite aumentar a tropa na região. Enquanto um Esquadrão tem cerca de 130 a 200 militares, um Regimento tem de cerca de 450 a 600 integrantes.
Apesar da antecipação do reforço militar em Roraima, oficiais, em caráter reservado, avaliam que uma investida da Venezuela por Guiana passando pelo território brasileiro seria uma “manobra complexa”, o que desestimularia o exército venezuelano.
A avaliação neste momento é que se trata de um retórica política, apesar do presidente Nicolas Maduro ter subido o tom contra a Guiana.
Para invadir a Guiana por terra, militares venezuelanos teriam que percorrer cerca de 350 quilômetros em território brasileiro, saindo de Pacaraima até as cidades de Bonfim ou Normandia que fazem fronteira com a Guiana.
Além disso, segundo oficiais brasileiros que conhecem a região, a Venezuela não demonstra condições de manter um conflito. Eles ressaltam que toda a operação está sendo montada para que nenhum centímero do espaço brasileiro seja usado em uma evetual investida do presidente Nicolás Maduro.