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    OIT: 70% dos novos postos de trabalho na América Latina desde 2020 são informais

    Cepal registra perda de 26 milhões de empregos e retração econômica de 7% na região

    Impactos do desemprego e da informalidade atingiram com mais força as micro e pequenas empresas
    Impactos do desemprego e da informalidade atingiram com mais força as micro e pequenas empresas Paula Mariane - 13.jun.2020/CNN Brasil

    Beatriz PuenteStéfano Sallesda CNN no Rio de Janeiro

    Cerca de 70% dos postos de trabalho criados na América Latina do início de 2020 até o primeiro trimestre de 2021 foram gerados na informalidade. É o que aponta o relatório “Emprego e informalidade na América Latina e Caribe: Uma recuperação insuficiente e desigual”, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). A entidade enxerga o a situação como mais um obstáculo para a recuperação econômica dos países da região.

    Diretor da OIT para a América Latina e Caribe, o economista brasileiro Vinícius Pinheiro enxerga o cenário com preocupação, porque ele foi agravado pelas consequências da pandemia de Covid-19.

    “A relação estreita entre a informalidade do trabalho, a baixa renda e a desigualdade ficaram ainda mais evidente neste contexto. Nem a quantidade nem a qualidade dos empregos que esta região necessita para fazer frente a uma crise sem precedentes estão sendo criados. O panorama laboral é complexo e apresenta desafios de grande magnitude”, afirma.

    Os impactos do desemprego e da informalidade também atingiram com mais força as micro e pequenas empresas. Pelo menos dois milhões de companhias fecharam as portas, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). A entidade calcula que ao menos 26 milhões de pessoas perderam seus cargos na região em 2020.

    As consequências disto foram, de acordo com a Cepal, uma retração econômica de pelo menos 7%, o que afetou, principalmente, trabalhadores jovens, mulheres e pessoas com baixa qualificação.

    A taxa média de desemprego entre os 13 países analisados ficou em 11%. Com seus 14,7%, o Brasil apresenta o terceiro índice mais alto, atrás apenas de Colômbia (15,8%) e Costa Rica (18,7%).

    O documento destaca ainda que América Latina teve a maior redução em horas de trabalho em todo o mundo. Enquanto a estimativa de horas de trabalho caiu em média 8,8% no mundo, a América Latina e o Caribe registraram perda de quase o dobro: 16,2% apenas em 2020.

    Segundo a OIT, esse contexto pode levar ao aumento de desigualdade econômica no futuro. Para a recuperação na região, a organização recomenda que políticas integrais, consensuais e de grande alcance sejam implementadas para gerar empregos formais, com proteção às pequenas e médias empresas e que assegurem garantias de renda e proteção social aos trabalhadores que vivem em situação de vulnerabilidade social.