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    China diz para Tencent e NetEase focarem menos no lucro após restrições a jogos

    Governo chinês intensificou ações para restringir o acesso de menores de idade aos videogames

    Michelle Tohda CNN

    Os reguladores chineses convocaram empresas para exigir que elas reduzam seus lucros e reprimam o acesso de menores de idade aos videogames. A ação ocorreu apenas alguns dias após as crianças do país serem proibidas de acessar os jogos durante a semana.

    A agência estatal Xinhua informou na quarta-feira (8) que as autoridades pediram que as empresas, incluindo as líderes do setor, Tencent e NetEase, discutam restrições em torno do streaming e do uso de games entre menores.

    Durante a reunião, as companhias foram “incitadas a quebrar um foco solitário na busca do lucro ou em atrair jogadores e fãs”, de acordo com as informações. Também foi solicitado que elas modifiquem qualquer regra ou elementos de design de seus jogos que possam ser vistos como “indutores de vícios”.

    As discussões incluíram representantes de quatro agências governamentais: o Departamento de Propaganda do Comitê Central do Partido Comunista da China, a Administração de Imprensa Nacional e Publicação, o Escritório da Comissão Central para Assuntos do Ciberespaço e o Ministério da Cultura e Turismo, de acordo com a Xinhua.

    “Companhias que falharem em seguir esses requerimentos serão severamente punidas”, reportou a agência de notícias.

    As ações das empresas chinesas de jogos caíram em resposta às informações. Os papéis da NetEase fecharam com queda de 5,2% em Nova York na quarta-feira, após a publicação do relatório pela Xinhua, e as ações da Tencent caíram 6% em Hong Kong na quinta-feira (9).

    Na semana passada, a China proibiu jogadores online com menos de 18 anos de jogar durante dias da semana, e limitou seus horários de jogo para apenas três horas durante o fim de semana, marcando uma escalada significativa de restrições na massiva indústria de jogos do país.

    O movimento representou um grande endurecimento dos limites que a agência já tinha estabelecido em 2019, que restringiam o acesso a jogos para crianças a 90 minutos durante os dias da semana e três horas durante o fim de semana.

    Autoridades disseram na semana passada que as novas restrições foram estabelecidas para ajudar a evitar que jovens fiquem viciados em videogames.

    Eles lembraram as companhias dessa medida na quarta-feira, dizendo que os fornecedores de jogos deveriam “impor esse limite de tempo de forma total” para os menores.

    “Companhias e plataformas de games online […] deveriam fortalecer posições políticas e arcar com as responsabilidades”, escreveu a Xinhua.

    Ela informou que as autoridades instruíram as empresas a derrubar conteúdos que promovam “valores errados” ou uma “cultura não saudável”, incluindo obscenidade, violência e “culto ao dinheiro”.

    As plataformas de transmissão ao vivo de jogos também foram solicitadas a aumentar a supervisão, “incluindo o banimento de grandes recompensas” para jogadores menores de idade.

    As companhias estão acatando o aviso.

    “Nós acreditamos em uma forma saudável de jogar, e nos preocupamos seriamente com a saúde mental e física de menores”, disse a Tencent em um comunicado.

    “Nós apreciamos a orientação e instrução dos reguladores relevantes, e trabalharemos duro para estarmos em total acordo com todas as regras relacionadas ao vídeo em jogos pela juventude e à regulação de conteúdo”.

    A NetEase prometeu “seguir estritamente as regras e instruções”.

    “Nós continuaremos nossos esforços para entregar mais jogos de qualidade e promover um ambiente de jogos saudável e responsável para jogadores menores de idade, enquanto buscamos construir e promover um ambiente de jogos sadio”, afirmou em um comunicado.

    As notícias surgiram enquanto alguns críticos pontuaram potenciais brechas nas restrições mais recentes.

    Na quarta-feira, a televisão estatal chinesa CCTV reportou que algumas lojas de jogos online “não verificam a idade dos compradores, e não buscam dissuadir compradores mesmo quando elas sabem que eles são menores”.

    Algumas lojas até anunciam que não fazem parte de uma campanha de “prevenção de vício”, de acordo com a CCTV.

    (Texto traduzido. Clique aqui para ler o original em inglês).

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