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    Índice Geral de Preços da FGV recua 0,14% em agosto, mas sobe 15,75% no ano

    Minério de ferro caiu mais de 20% no último mês e pressionou IGP-DI para baixo

    Beatriz Puenteda CNN* no Rio de Janeiro

    O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) fechou agosto com queda de 0,14%. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mede o indicador, afirmou que o resultado inverteu a direção tomada um mês antes, de avanço de 1,45% da inflação. Com este resultado, o índice acumula alta de 15,75% no ano e de 28,21% em 12 meses.

    O IGP-DI é um indicador do movimento de preços em todo o processo produtivo, desde matérias-primas agrícolas e industriais, passando pelos produtos intermediários até os bens e serviços finais. O IGP considera os resultados do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

    Em agosto de 2020, o índice havia subido 3,87% e acumulava elevação de 15,23% em 12 meses. O coordenador do IPC do FGV-IBRE, André Braz, apontou o minério de ferro como o principal fator para o resultado de deflação. O preço do mineral teve queda de 21,39%.

    “Os sucessivos aumentos de preço do minério de ferro geram uma queda repentina e isso fez com que todo o índice ficasse negativo. É uma deflação pontual. O apetite por esse produto diminuiu, principalmente na China, que adotou leis ambientais mais rígidas”, explicou o economista.

    Na análise do IPA, além do minério de ferro, outros produtos considerados matérias-primas também apresentaram redução nos preços em agosto, como o leite (6,52% para 1,50%) e os bovinos (0,46% para -0,24%).  A taxa dos bens finais variou de 1,50% em julho para 2,19% em agosto.

    O principal responsável por este avanço foram os alimentos in natura, cuja taxa passou de 2,23% para 8,09%. Já no grupo de bens Intermediários o índice passou de 1,61% em julho para 1,84% em agosto.

    Considerando o IPC, apenas três das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo: Habitação (2,09% para 0,59%), Educação, Leitura e Recreação (1,42% para 1,03%) e Transportes (0,85% para 0,69%).

    Em contrapartida, Alimentação (0,78% para 1,25%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,00% para 0,49%), Vestuário (0,08% para 0,38%) se destacaram com aumento no preço.

    O INCC apresentou queda nos três grupos avaliados durando o mês de agosto. Materiais e Equipamentos (1,28% para 1,01%), Serviços (0,87% para 0,47%) e Mão de Obra (0,48% para 0,00%).

    O pesquisador concluiu que o resultado geral de queda nos preços é pontual. Ele explica que a inflação ainda tem pressionado bastante o índice e que esse a taxa de agosto foi puxada de fato por produtos específicos.

    “Não representa o cenário macro e acredito que não vai durar muito tempo em função dos consecutivos aumentos que temos visto em outros produtos importantes também. Esperamos uma desaceleração em um período de 12 meses, com a inflação perto de 2% ao mês. Mas precisamos prestar atenção no câmbio e no ano eleitoral que vem por aí”, pontuou Braz.

    *Sob supervisão de Adriana Freitas

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