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    Maia diz que Bolsonaro ‘estourou a corda’ com discursos no 7 de Setembro

    Jair Bolsonaro fez discursos em Brasília e São Paulo durante os atos do 7 de Setembro; para Maia, alinhamento dos partidos pode ser limitador

    Rafaela Laracom produção de Elis Francoda CNN , em São Paulo

    O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou em entrevista à CNN nesta quarta-feira (8) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “estourou a corda” ao adotar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante seus discursos nos atos de 7 de Setembro.

    “Ontem, o presidente Bolsonaro, sem dúvida nenhuma, não esticou a corda, ele estourou a corda. O que eu acompanhei desde ontem é um encaminhamento claro para um isolamento do presidente. Todos começaram a entender que não dá mais”, disse o atual secretário de projetos e ações estratégicas do governo de São Paulo.

    Bolsonaro falou aos apoiadores presentes na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e também na Avenida Paulista, em São Paulo, nesta terça-feira (7).

    Em sua primeira fala, em Brasília, Bolsonaro afirmou que quem não respeita a Constituição deve “ser enquadrado” ou “pedir para sair”. Ele não citou nominalmente nenhum ministro do Supremo.

    No entanto, durante a tarde, na Avenida Paulista, o presidente afirmou que não cumprirá mais decisões do ministro Alexandre de Moraes.

    Na avaliação de Maia, as ameaças ao Supremo feitas por Bolsonaro são “covardes”. “Esse tipo de ameaça que o presidente Bolsonaro faz não é de um homem de coragem, é de um covarde. Eu tenho me convencido de que ele é muito mais covarde do que corajoso. Esse tipo de covardia precisa de reação forte.”

    Ainda segundo Maia, ao não acatar decisões do Supremo, o presidente incorre em crime de responsabilidade, o que é passível de impeachment.

    “Decisão não acatada é crime de responsabilidade (…) Se ele não cumprir decisões, o presidente da Câmara deverá deferir um pedido de impeachment.”

    Maia avalia que o presidente não mudará sua postura após as reações de partidos políticos, mas que a articulação dos partidos pode ser considerada “um limitador”.

    “Essas práticas não vão mudar, ele não vai mudar. O lado positivo das manifestações de ontem é a convergência maior entre a executiva e as bancadas dos partidos”, disse.

    O ex-presidente da Câmara ainda afirmou que o atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) deve fazer uma “crítica contundente” às falas de Bolsonaro. “Os presidentes do Legislativo precisam deixar clara suas posições para a sociedade (…) Não há outra alternativa que não seja uma crítica contundente”, disse.

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