Superintendência do Cade recomenda compra da Unidas pela Localiza com restrições
Quanto aos segmentos relacionados à venda de veículos usados e à gestão e terceirização de frotas, a avaliação do Cade é de que não apresentam maiores preocupações do ponto de vista concorrencial
A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou a aprovação da compra da Unidas pela Localiza, anunciada em 2020, mas com a adoção de remédios que mitiguem riscos concorrenciais.
Em despacho na segunda-feira (6) o órgão disse que a operação gera “riscos relevantes” para o ambiente competitivo no mercado de locação de veículos, pois a Localiza, líder desse segmento no Brasil, está comprando a Unidas, sua maior concorrente.
Outra preocupação refere-se ao contrato da Unidas com a norte-americana Vanguard Car Rental, segundo o qual a brasileira representa no país as marcas Alamo, Enterprise e National, além de proibir a Vanguard de operar no Brasil. Tal contrato, na visão da superintendência, tem potencial de prejudicar a concorrência.
Quanto aos segmentos relacionados à venda de veículos usados e à gestão e terceirização de frotas, a avaliação do Cade é de que não apresentam maiores preocupações do ponto de vista concorrencial.
“A Superintendência-Geral entendeu que o ato de concentração não pode ser aprovado da forma como foi apresentado ao órgão antitruste”, afirmou no despacho.
“Para minimizar os problemas concorrenciais identificados, recomendou ao Tribunal do Cade, responsável pela decisão final, que a aprovação da operação seja condicionada à celebração de Acordo em Controle de Concentrações (ACC), com remédios estruturais e comportamentais.”
A Localiza anunciou cerca de um ano atrás seus planos para comprar a Unidas por R$12 bilhões.
O Cade tem até o começo de janeiro para anunciar uma decisão sobre a operação.