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    Bolsa tomba quase 4% com mercado reagindo a atos de 7 de Setembro; dólar sobe

    Queda registrada nesta quarta-feira é a maior dos últimos seis meses. Mercado reagiu aos novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros da Suprema Corte Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso

    Matheus Pradodo CNN Brasil Business* , São Paulo

    Bolsa e dólar reagiram com força aos desdobramentos das manifestações de 7 de Setembro desde a abertura do pregão desta quarta-feira (8), fechando com viés negativo.

    Depois dos esperados pronunciamentos do presidente da Câmara, Arthur Lira, e do presidente do STF, Luiz Fux, sobre os atos, o Ibovespa acentuou as perdas e fechou com queda de 3,75%, aos 113.451 pontos. Trata-se da maior queda diária desde 8 de março, o que leva o índice para o seu patamar mais baixo desde o dia 24 de março.

    Já o dólar spot acentuou as altas de mais cedo, avançando 2,84%, a R$ 5,3236.

    Os operadores elevaram a cautela após novos ataques do presidente Jair Bolsonaro aos ministros da Suprema Corte Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    As novas investidas ocorreram no feriado do Dia da Independência, quando Bolsonaro participou de atos em Brasília e São Paulo, e agora os investidores ficam de olho nas reações do Congresso e do Judiciário.

    Um possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro já passou a ser discutido por diversos partidos que até o momento não fazem oposição sistemática ao governo, mas que condenaram os discursos de Bolsonaro no dia 7 de Setembro.

    Esse comportamento refletia avaliação de boa parte dos mercados de que o discurso inflamado de Bolsonaro colabora para o agravamento da tensão institucional no Brasil, o que pode repercutir negativamente sobre o desempenho econômico.

    Os eventos de terça-feira mostram que Bolsonaro “tem ainda bastante apoio popular e continua sendo personagem importante no cenário político/eleitoral”, mas, “por outro lado, o ambiente institucional deve ficar ainda mais tenso”, escreveram analistas da Genial Investimentos. “O resultado será mais incerteza e volatilidade e, provavelmente, menos crescimento e mais inflação.”

    Prejudicando ainda mais o desempenho da moeda brasileira, o clima no exterior também estava cauteloso em meio a temores de desaceleração do crescimento econômico, enquanto os investidores monitoravam as perspectivas para o estímulo do Federal Reserve, do Banco Central Europeu (BCE) e do Banco do Povo da China.

    Os ativos de risco locais “não poderão contar nem com o bom humor externo para amenizar o receio com a situação de diversas incertezas que vive o país”, disse em nota Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

    O índice do dólar contra uma cesta de moedas subia 0,1% nesta manhã, enquanto os futuros de Wall Street operavam no vermelho. Na última sessão, na segunda-feira, a moeda norte-americana spot caiu 0,14%, a R$ 5,1764 na venda.

    *Com Reuters

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