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    “Não temos dúvida que é um psicopata”, diz delegado sobre homem que matou família em MT à CNN

    Homem tinha mandado de prisão por estupro em aberto, além de ter matado um jornalista em Goiás, em 2013

    Da CNN

    O delegado Bruno França afirmou, em entrevista à CNN neste sábado (2), não ter dúvidas de que o homem que matou uma mulher de 46 anos e suas três filhas, em Mato Grosso, é um psicopata.

    “Que ele é um indivíduo com psicopatia, um criminoso em série e um predador sexual, isso não há a menor dúvida.”

    De acordo com o delegado, o homem preso pelo crime tinha um mandado de prisão por estupro em aberto. Além disso, ele matou um jornalista em Goiás, em 2013, para roubar seu carro. O criminoso chegou a ser preso, mas foi posto em liberdade quatro meses depois.

    O que se sabe sobre o caso

    Como foi o crime

    Segundo a Polícia Civil do Mato Grosso, o criminoso, identificado como Gilberto Rodrigues dos Anjos, confessou o crime. Ele afirmou que entrou na casa pela janela do banheiro na noite de sexta-feira (24), com a intenção de assaltar as vítimas. Disse ainda que estava sob efeito de drogas. O delegado Bruno França, responsável pelo caso, disse que Gilberto não manifestou arrependimento.

    O criminoso relatou que, após entrar na casa, foi confrontado pela mulher de 46 anos e a atacou com uma faca. A filha mais velha, de 19, saiu do quarto para socorrer a mãe e também foi golpeada.

    Ele relatou à polícia que, após matar a mãe e a jovem de 19 anos, assassinou também as duas filhas mais novas, sendo uma de 13 e outra de 10 anos.

    “Depois de esfaquear três vítimas e, quando ainda estavam agonizando, ele cometeu abuso sexual contra a mãe e duas filhas. Já a menor de 10 anos morreu asfixiada”, diz a corporação.

    Após os crimes, Gilberto fugiu da casa pela mesma janela por onde entrou e voltou para a obra em que trabalhava. Lá, retirou as roupas sujas de sangue e as jogou em um contêiner.

    Quem eram as vítimas

    As mulheres assassinadas foram identificadas como:

    • Cleci Calvi Cardoso, 46 anos
    • Miliane Calvi Cardoso, 19 anos
    • Manuela Calvi Cardoso, 13 anos
    • Melissa Gabriela Cardoso, 10 anos

    O pai das crianças –e marido de Cleci– é um caminhoneiro e estaria em viagem durante o crime.

    Em uma rede social, Miliane informou que cursava faculdade de Agronomia e que estava no segundo período.

    Manuela e Melissa estudavam na escola Nova Dinâmica, localizada no bairro Centro Sul, em Sorriso.

    A escola fez uma postagem nas redes sociais após o crime, manifestando pesar pela ocorrência.

    As quatro vítimas frequentavam uma igreja evangélica no bairro Vitória Régia, na mesma cidade. O pastor da igreja também manifestou condolências nas redes sociais.

    Na segunda-feira, o prefeito de Sorriso, Ari Lafin, decretou luto oficial de três dias pelas mortes e suspendeu eventos festivos que seriam realizados no município.

    “A Administração Municipal, lamenta profundamente o acontecido em Sorriso e se solidariza aos familiares e amigos neste momento de imensa dor causada por um crime tão brutal.”

    Como foram as investigações

    As autoridades de segurança foram acionadas depois que vizinhos estranharam o sumiço da família durante o fim de semana. A mãe e as três filhas foram encontradas mortas e com marcas de ferimentos causados por arma cortante, inclusive cortes profundos nos pescoços.

    Depois de inspecionarem a casa onde as vítimas moravam, os investigadores foram fazer buscas em duas obras vizinhas, nas quais diversos homens trabalhavam.

    Em uma dessas obras, os policiais receberam a informação de que somente um pedreiro –Gilberto Rodrigues dos Anjos– dormia no local.

    Ao ser abordado, ele teria ficado nervoso e alegado não ter ouvido qualquer barulho na casa das vítimas durante o final de semana.

    A polícia diz que, quando foi questionado sobre o local de seu descanso, ele mostrou onde dormia, no piso superior da obra, na parte da frente, e como documento apresentou apenas a cópia da identidade.

    Ao checarem os dados, os policiais verificaram a existência de dois mandados de prisão em aberto contra Gilberto, um pela Comarca de Lucas do Rio Verde (MT) por crime sexual, e outro pela Comarca de Mineiros, em Goiás, por latrocínio.

    “Na casa das vítimas, a perícia encontrou marcas de chinelo no piso manchado com sangue. Ao vistoriar os pertences do suspeito, os policiais civis encontraram um chinelo com as mesmas características das marcas no piso da residência da família e foi confirmado pela perícia se tratar do mesmo calçado marcado no piso”, diz a Polícia Civil.

    Gilberto, então, foi novamente questionado e confessou os crimes.

    Quem é o preso

    Segundo a Polícia Civil, Gilberto Rodrigues dos Anjos tinha antecedentes na Justiça por estupro e latrocínio (roubo seguido de morte).

    De acordo com a corporação, o criminoso invadiu uma casa em Lucas do Rio Verde em setembro deste ano e cometeu abuso sexual contra uma vítima, que estava dormindo. Em seguida, ele tentou matá-la, mas a vítima reagiu e foi ferida com uma facada no pescoço.

    Uma outra pessoa que também estava na casa tentou intervir e levou um soco no rosto. Após os crimes, ele fugiu em uma bicicleta.

    A polícia informa ainda que Gilberto tem passagem por latrocínio, crime que teria sido cometido no interior de Goiás.

    Por risco de linchamento, o preso foi transferido na segunda-feira para uma cadeia em Sinop, também no interior de Mato Grosso.

    Ele foi autuado em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado e estupro contra duas vítimas adultas; homicídio qualificado e estupro de vulnerável contra a vítima de 12 anos e homicídio qualificado contra a criança de 10 anos.

    Momento em que Gilberto Rodrigues dos Anjos, preso por matar família em MT, é transferido para presídio em Sinop
    Momento em que Gilberto Rodrigues dos Anjos, preso por matar família em MT, é transferido para presídio em Sinop / Divulgação]

    (Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Fábio Munhoz e Victor Aguiar, da CNN, em São Paulo)

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