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    ‘Estado foi incapaz de dizer por que morreram 17 mil pessoas’, diz membro do Atlas

    Mortes violentas sem causa determinada subiram 35% no país, de acordo com Atlas da Violência

    Anna Gabriela Costada CNN , em São Paulo


    Em entrevista à CNN, o coordenador do Atlas da Violência Daniel Cerqueira destacou dados alarmantes sobre o diagnóstico da violência no país. O Atlas da Violência 2021, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, publicado nesta terça-feira (31), revela que o número de mortes violentas por causas indeterminadas cresceu nos dois últimos anos.

    “O Atlas da Violência desse ano traz um dado que nos causa muita preocupação; que nos dois últimos anos houve um aumento de 88,7% na proporção de mortes violentas cuja causa não foi determinada, em relação ao total de mortes violentas no país. Eu diria que é um verdadeiro escândalo”, disse Cerqueira.

    Os dados publicados nesta terça-feira mostram que o aumento dos registros nas mortes violentas por causa indeterminada (MVCI), que são aquelas em que não foi possível identificar a motivação, saltou de 12.310 para 16.648.

    “Nós temos um sistema de informação sobre mortalidade que é um patrimônio nacional, um termômetro para medir a violência e permitir que a gente tenha bons diagnósticos. E, no entanto, nos dois últimos anos esse trabalho tem sido perdido”, afirmou.

    Essas mortes, segundo o estudo, podem ter sido provocadas por agressões, suicídios, assassinatos ou acidentes, mas acabam entrando nas estatísticas como indefinidas e podem puxar os registros de homicídios para baixo.

    “Tivemos quase 17 mil pessoas em que o estado foi incapaz de dizer por que morreu, a família não sabe dizer por que morreu. E sem estabelecer a causa desse óbito a gente também não consegue ter um bom termômetro e também estabelecer políticas para prevenis novas mortes”, disse o coordenador.

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