Temendo desabamento, prefeitura de Maceió recorre ao Congresso e Planalto
Defesa Civil alerta para “risco iminente de colapso” de mina da petroquímica Braskem
Após decretar situação de emergência por risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na capital alagoana, a prefeitura de Maceió (AL) acionou diversos políticos e órgãos federais em busca de apoio.
Durante a tarde, o prefeito da capital alagoana, João Henrique Caldas (PL), reuniu a bancada de deputados federais do estado. O encontro contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Na reunião, foi prometido ainda apoio do governo federal. Ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão em Maceió para monitorar a situação.
Um gabinete de crise foi criado com a participação de integrantes do Ministério Público Federal, da Marinha e do Exército. O grupo pretende estudar medidas que possam evitar maiores danos ambientais. O funcionamento do Gabinete de Crise será permanente.
Em comunicado divulgado no início da noite desta quinta, a Defesa Civil de Maceió afirmou que permanece em alerta máximo “devido ao risco iminente de colapso em uma das minas na região”. Segundo o órgão, estudos mostram “um aumento significativo na movimentação do solo na Mina 18, indicando a possibilidade de rompimento e surgimento de um sinkhole – enorme buraco que pode engolir casas da região.
Em nota, a Braskem afirmou que o sistema de monitoramento do solo registrou microssismos e movimentações atípicas em um local específico nas proximidades do Mutange e que as informações foram compartilhadas com as autoridades competentes.
Minas de Maceió
As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região, o que obrigou a interdição de uma série de bairros da capital alagoana.
O caso tornou-se conhecido após um tremor de terra sentido por moradores de alguns bairros em março de 2018. Em julho deste ano, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros. Segundo a administração municipal, os recursos serão destinados à realização de obras estruturantes na cidade e à criação do Fundo de Amparo aos Moradores (FAM).