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    Aparições de peixe venenoso em Fernando de Noronha preocupam especialistas

    Peixes-leão podem machucar humanos e causar o desaparecimento de espécies endêmicas, caso se espalhem na região

    Luana Franzãoda CNN* , São Paulo

    Neste sábado (28), foi encontrado o quarto indivíduo de peixe-leão em Fernando de Noronha. Esta espécie, além de venenosa para seres humanos, pode causar prejuízos à fauna local, e a sua crescente presença na região causa preocupações em especialistas.

    As aparições estão sendo monitoradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que está treinando os mergulhadores locais para recolher os animais, e estudando outras formas de contenção da reprodução.

    O Pterois volitans, conhecido popularmente como peixe-leão, é uma espécie nativa do Oceano Indo-Pacífico, que chegou ao Caribe aproximadamente na década de 90, por introdução humana acidental. Ele é adaptável e capaz de sobreviver em habitats diversos, inclusive em águas turvas e salobras, o que fez com que se espalhasse rapidamente na região caribenha e criasse uma população quase doze vezes maior lá do que em seu local de origem.

    De acordo com o ICMBio, já era esperado que a espécie chegasse ao Brasil eventualmente. Ela causa aflição pois pode atrapalhar o equilíbrio da biodiversidade noronhense: pode se alimentar de espécies endêmicas, ou seja, que só existem naquela região, e eventualmente causar o seu desaparecimento.

    A pesca também poderia ser atingida pela proliferação dos peixes-leão, porque os intrusos se alimentam de pequenos peixes, que servem de alimento para peixes maiores.

    Apesar de o recolhimento dos indivíduos encontrados ser encorajado, ele deve ser realizado apenas por profissionais treinados e com cautela. Os peixes possuem espinhos que injetam veneno, o qual possui uma toxina que em humanos pode causar náuseas, febre, vermelhidão e convulsões. Por essa razão, quem avistar um peixe-leão deve notificar os profissionais capacitados, de preferência informando o local e a profundidade onde o indivíduo foi encontrado, instrui o ICMBio.

    *Sob supervisão

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