Total de hipertensos dobrou no mundo em 30 anos; médico alerta sobre riscos
No quadro Correspondente Médico, dr. Fernando Gomes explicou o que é a doença e os motivos de a preocupação com ela ser grande em todo o mundo
Na edição desta segunda-feira (30) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou o estudo feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Imperial College de Londres sobre a pressão alta.
Dados mostram que, nos últimos 30 anos, o número de pessoas hipertensas duplicou. Em 2019, o mundo atingiu a marca de quase 1,5 bilhão de hipertensos. No início da década de 1990, eram aproximadamente 650 milhões de diagnosticados com a doença.
“Existe uma grande preocupação quando falamos de pressão alta porque as pessoas que têm podem não sentir absolutamente nada”, alertou Gomes. “Se não fizer uma aferição contínua e ter o hábito de frequentar o médico, pode-se não fazer o diagnóstico e terá que lidar com complicações depois”, completou.
Segundo o médico, entre os principais problemas que a pressão alta descontrolada pode causar estão o infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, problemas renais e até a morte do paciente.
Gomes disse que a hereditariedade pode ser uma das causas da doença, porém, sobrepeso e obesidade também são sinais de alerta. “Assim como o nível de estresse, alimentação desregrada e excessos de sal acabam explicando porque o sistema vascular, junto com o coração, funciona de forma alterada.”
Fernando Gomes explicou que o coração tem um movimento harmônico que bombeia o sangue para toda a malha de vasos sanguíneos do corpo, até a microvasculatura.
“São pequenos vasos como se fossem uma estrada que vira uma avenida, uma rua até virar uma viela — eles têm que ter elasticidade para que a pressão enviada pelo coração possa ser amortecida pelo sangue que está de passagem”, exemplificou.
“Se por algum motivo há alteração da parede desses vasos, esse processo de amortecimento é alterado. Com isso, o sistema todo trabalha em nível de pressão mais alta”, disse Gomes.
(*Com informações de Nicole Lacerda, da CNN, em São Paulo)