Israel bombardeia instalação do Hamas e alega ameaças de balões incendiários
Violência na fronteira vem aumentando e pode quebrar a já fragilizada trégua entre palestinos e israelenses
Aviões israelenses bombardearam instalações do Hamas na Faixa de Gaza no início deste domingo (29) em resposta a balões incendiários lançados do lado palestino, afirmaram militares.
O bombardeio ocorre em meio a um recente aumento da violência na fronteira, que testa uma trégua frágil que terminou com combates ferozes em maio.
Sancionados pelo Hamas, grupo armado islâmico que governa Gaza, grupos palestinos disseram no sábado (28) que estavam retomando os protestos na fronteira Israel-Gaza, com o objetivo de pressionar Israel a aliviar as restrições à região.
Militares israelenses disseram que centenas de palestinos se reuniram ao longo da fronteira durante a noite, atirando explosivos e queimando pneus.
Segundo Israel, as tropas responderam com “meios de dispersão de distúrbios”. Médicos de Gaza disseram que pelo menos seis palestinos foram feridos, um deles gravemente.
Poucas horas depois, os ataques aéreos israelenses anteriores à madrugada visaram um complexo de fabricação de armas do Hamas e um túnel que, segundo o exército, foi usado por militantes depois que os balões incendiários foram enviados através da fronteira.
Não há registro de vítimas dos bombardeios.
Trégua em risco
Uma trégua mediada pelo Egito pôs fim a um conflito entre as partes em maio, no qual os militantes de Gaza dispararam foguetes contra as cidades israelenses e Israel realizou ataques aéreos. Pelo menos 250 palestinos e 13 pessoas em Israel foram mortos em 11 dias de luta.
No entanto, a violência aumentou recentemente apesar de um anúncio israelense neste mês da retomada da ajuda do Qatar a Gaza, uma decisão que tinha sido vista como um reforço da trégua.
Grupos palestinos dizem que Israel ainda não cumpriu sua palavra, e nas últimas duas semanas os militantes dispararam um foguete e enviaram balões carregando material incendiário para Israel, provocando incêndios e atraindo ataques israelenses às instalações do Hamas.
Citando ameaças à segurança, Israel mantém Gaza sob um bloqueio, restringindo fortemente o movimento de entrada e saída do território que é o lar de 2 milhões de palestinos. O Egito também mantém as restrições a Gaza.