Defensoria e MP pedem pensão maior para sobreviventes de incêndio no Flamengo
O incêndio no Ninho do Urubu deixou, em fevereiro de 2019, dez adolescentes mortos e três feridos
A Defensoria e o Ministério Público do Rio de Janeiro irão ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir a reanálise do pagamento de pensão às famílias dos sobreviventes do incêndio no Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo. Em dezembro de 2020, o Tribunal de Justiça do Rio reduziu o valor da pensão de R$ 10 mil para cinco salários mínimos, cerca de R$ 5 mil. A decisão foi mantida em julgamento nesta semana.
O incêndio no Ninho do Urubu deixou, em fevereiro de 2019, dez adolescentes mortos e três feridos. O valor será pago enquanto as famílias dos sobreviventes não fecham um acordo com o Clube de Regatas do Flamengo. Questionado pela CNN, o clube não quis se pronunciar.
Em relação aos mortos, oito famílias e meia (apenas o pai) negociaram a indenização com o time. A volta da pensão de R$ 10 mil também é requisitada para os que ainda não entraram em acordo. Atualmente, eles estão sem receber a parcela mensal, segundo decisão do TJ-RJ. A Defensoria considera que o restabelecimento da decisão do juízo de primeiro grau é a mais justa enquanto perdurarem as negociações e recorreu.
O incêndio no centro de treinamento completou dois anos e seis meses. O fogo atingiu o alojamento onde os atletas da base do clube viviam. Segundo as investigações, o fogo começou após um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado do contêiner onde os adolescentes dormiam. Na época, o Ninho do Urubu funcionava sem alvará da Prefeitura do Rio.
Em janeiro deste ano, o Ministério Público do Estado denunciou 11 pessoas envolvidas no episódio por dez homicídios culposos e três crimes de lesões corporais culposas, ou seja, quando não há intenção da prática do crime.
*sob supervisão de Pauline Almeida