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    Muitos afegãos aliados serão deixados para trás, diz chefe militar britânico

    Reino Unido encerra a evacuação de cidadãos e refugiados de Cabul neste sábado (28). Segundo o ministro da Defesa, muitos dos elegíveis para assentamento não conseguiram chegar ao aeroporto

    David Millikenda Reuters

    As tropas britânicas encerrarão a evacuação de civis do Afeganistão neste sábado (28) e centenas de afegãos com direito a reassentamento no Reino Unido deverão ser deixados para trás, disse o chefe das Forças Armadas, general Nick Carter.

    O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, disse na sexta-feira (27) que o país estava entrando nas horas finais de sua evacuação e deixaria ingressar no país apenas pessoas que já estivessem dentro do aeroporto de Cabul.

    “Temos alguns voos civis para realizar, mas são muito poucos agora”, disse Carter à BBC. “Estamos chegando ao fim da evacuação, que acontecerá ao decorrer do dia de hoje. E então será necessário trazer nossas tropas nas aeronaves restantes”, disse.

    O Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que evacuou mais de 14.500 afegãos e britânicos nas duas semanas desde que o Talibã assumiu o controle do país.

    Wallace disse na sexta-feira que estimava que entre 800 e 1.100 afegãos que trabalharam com o Reino Unido não iriam conseguir sair do país. Carter estimou que o total resgatado ficaria em “algumas centenas”.

    Muitos afegãos que não puderam sair julgaram que era muito perigoso viajar para o aeroporto de Cabul, disse Carter. “Pessoas como eu… nós estamos sempre recebendo mensagens e textos muito angustiantes de nossos amigos afegãos. Estamos vivendo isso da maneira mais dolorosa”, acrescentou.

    O Reino Unido foi um aliado fundamental de Washington desde o início da invasão do Afeganistão liderada pelos Estados Unidos em 2001, que derrubou o então governante Talibã.

    Carter, em entrevista à Sky News, disse que o Reino Unido e seus aliados podem cooperar com o Talibã no futuro para enfrentar as ameaças do grupo militante do Estado Islâmico. O grupo, inimigo de países ocidentais e do Talibã, foi responsável por um atentado suicida nos arredores do aeroporto de Cabul na quinta-feira (26), que matou mais de 170 pessoas.

    “Se o Talibã for capaz de demonstrar que pode se comportar da maneira que um governo normal se comportaria em relação a uma ameaça terrorista, podemos muito bem descobrir que podemos operar juntos”, disse Carter.

    “Mas temos que esperar para ver. Certamente, algumas das histórias que ouvimos sobre a maneira como eles (o Talibã) estão tratando seus inimigos significariam que seria muito difícil para nós trabalhar com eles no momento”, continuou.

    Na noite de sexta-feira, o Reino Unido disse que ajudaria um voo privado a evacuar cães e gatos pertencentes a uma instituição de caridade de resgate de animais dirigida por um ex-soldado britânico, Paul Farthing, cuja situação atraiu a atenção pública.

    Questionado pela BBC se facilitar esse trâmite seria uma distração, Carter disse: “Nossa prioridade tem sido obviamente evacuar os seres humanos”, disse Carter. “São julgamentos difíceis”.

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