Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    ‘Objetivo é criar ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar’, diz Paes

    A partir da próxima semana, Rio obrigará apresentação do comprovante de vacinação para entrada em espaços de lazer e para realização de cirurgias eletivas

    O prefeito do Rio Eduardo Paes
    O prefeito do Rio Eduardo Paes Foto: DIKRAN JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

    Stéfano Sallesda CNN no Rio de Janeiro

    A decisão da prefeitura do Rio de Janeiro de obrigar a apresentação de comprovante de vacinação para acesso a academias, estádios, ginásios e pontos turísticos busca criar dificuldades para as pessoas que ainda não se vacinaram contra a Covid-19 e estimular a procura por um posto de imunização.

    O objetivo foi confirmado nesta sexta-feira (27) pelo prefeito Eduardo Paes (PSD) e pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, durante a apresentação semanal do boletim epidemiológico da cidade.

    Em coletiva de imprensa no Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio), a dupla explicou que a ação é parte da programação de reabertura do município, que ocorrerá de acordo com o avanço da campanha de imunização.

    Além de proibição de entrada em ambientes de lazer, as pessoas que não tiverem sido imunizadas não terão acesso a cirurgias eletivas na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e particular do município, e também não conseguirão integrar o programa Cartão Família Carioca, de transferência de renda.

    Paes detalhou a estratégia adotada pelo município: “Não é concebível que as pessoas que achem que vão se proteger sem a devida aplicação do imunizante terão uma vida normal porque não terão. Terão dificuldade de ter acesso a uma cirurgia eletiva, dificuldade no acesso ao programa de transferência de renda. O nosso objetivo é criar um ambiente difícil para aqueles que não querem se vacinar, que esquecem a segunda dose”, afirmou.

    O prefeito diz ter recebido da secretaria municipal de Saúde (SMS) a informação de que mais de 180 mil pessoas receberam a primeira dose da vacina, mas não retornaram para receber a segunda.

    Segundo Soranz, são 122.652 cariocas que não voltaram para a segunda aplicação do imunizante da AstraZeneca, outros 50.634 não tomaram a D2 da Coronavac e 6.991 a da Pfizer. O desafio é fazer com que este grupo retorne para concluir a proteção. A SMS coordena uma busca ativa para que isto aconteça.

    Vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro
    Vacinação contra a Covid-19 no Rio de Janeiro / Prefeitura do Rio de Janeiro

    “Onde essas pessoas estão com a cabeça? Elas estão andando na Terra plana, caíram do outro lado da Terra plana e não voltaram? Deram a volta na Terra redonda? Vamos nos conscientizar e tomar a vacina. Tem imunizante para todo mundo”, afirma o prefeito.

    A SMS também aponta ainda que cerca de 30 mil idosos não compareceram aos postos de vacinação para receber nem mesmo a primeira dose. A repescagem para esse público acontece todos os dias.

    Fiscalização e colaboração do empresariado

    De acordo com Paes e Soranz, a fiscalização das medidas publicadas em Diário Oficial nesta sexta-feira (27) será realizada por amostragem, diante da impossibilidade de ir a todos os locais.

    Para isto, o prefeito pediu a colaboração dos donos dos estabelecimentos e frisou que não há em andamento nenhuma medida restritiva mais radical: bares e restaurantes seguem abertos e rodas de samba são permitidas. Para isto, deve-se respeitar o distanciamento social e o uso de máscaras.

    “O que estamos fazendo aqui é uma preparação para a abertura, é isso que as pessoas precisam entender. Essa exigência é uma preparação. Não faz sentido depois estarmos cheios de restrições com todos imunizados. Se as pessoas estiverem vacinadas, vão minimizando os riscos. Donos [de estabelecimentos]: façam vocês mesmos essa fiscalização, porque isso significa preparação, uma volta à normalidade”, disse.