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    Na Série A, presidente do Criciúma questiona SAF e garante: “Subimos para ficar”

    Em entrevista, Vilmar Guedes falou do projeto esportivo e garantiu que o Tigre não vai se tornar empresa

    Guilherme Abrahãoda Itatiaia

    Dez anos após disputar a Série A do Campeonato Brasileiro pela última vez, o Criciúma está de volta. Depois de terminar a Série B na 3ª colocação, o Tigre vai figurar entre os 20 principais clubes do Brasil. A chegada à elite passa muito pelo projeto feito pelo clube, que tem uma estrutura de dar inveja a outras potências do país.

    O presidente do Criciúma, Vilmar Guedes, falou com exclusividade à Itatiaia sobre o momento da equipe, que não estava entre as favoritas para o acesso antes do início da Série B. Pelo menos para os especialistas. Dentro do clube, a confiança era grande, assim como a de se manter por muitos anos na elite.

    Guedes, como gosta de ser chamado, também criticou o projeto da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), abraçado por gigantes como Cruzeiro, Vasco e Botafogo. Para o dirigente, isso pode ser uma espécie de calote.

    “A SAF é tipo assim: te devo e não posso pagar. Arrumo um investidor e ele coloca uma parte do que é dívida, legitimado por Lei. Depois reúne 15 ou 20 anos para pagar o restante. Na minha visão é uma concordata. Quem tem a receber fica com o pincel na mão e o devedor está legitimado. Não acredito nisso. Respeito, sei que é algo legal, passou pelo Congresso, mas não concordo”, pontuou.

    A visão de Guedes tem a ver com o momento que o Criciúma vive financeiramente. Segundo o mandatário, o clube não tem nenhum credor e vai para elite com as contas em dia. E para ele, o Tigre chega à Série A para ficar.

    “O Criciúma é o único clube do país saneado. Sem dívidas. Temos o segundo maior CT do Sul do Brasil. Converso com todos os presidentes de clubes do país. Agora com esses dinheiro da Libra e da Liga Forte vai dar uma irrigada nos clubes. Uma coisa é certa, não vamos passear na Série A. Subimos para ficar”, garante.

    Vilmar Guedes, presidente do Criciúma
    Vilmar Guedes, presidente do Criciúma / Divulgação: Criciúma

    Estádio cheio e alto número de sócios

    A torcida do Criciúma, inclusive, se tornou um show à parte nesta temporada. Em dois anos, para se ter ideia, o Tigre pulou de menos de mil sócios para um quadro que soma mais de 20 mil torcedores que pagam mensalmente. Além disso, a média de público do estádio Heriberto Hülse foi ótima.

    Ao todo, nos 19 jogos como mandante, o Criciúma teve uma média de 12.702 torcedores, a quarta melhor de toda Série B, perdendo somente para Vitória, Sport e Ceará, clubes com uma torcida maior, além de estarem localizados nas capitais de seus respectivos estados.

    Com uma capacidade de cerca de 19.200 torcedores, o Heriberto Hülse teve média de 66% de taxa de ocupação durante a campanha que levou a equipe para a elite do futebol.

    “Temos a sexta maior taxa de ocupação do futebol brasileiro em 2023. Estamos sempre com o estádio lotado. Em números concretos, temos o 15º maior número de sócios torcedores do Brasil. Isso considerando que somos uma cidade de 200 mil habitantes. Cerca de 10% da cidade é associada ao Criciúma”, celebrou Guedes.

    O Tigre é o único clube do futebol catarinense que vai disputar a Série A do Campeonato Brasileiro em 2024. Seus principais rivais, Avaí e Chapecoense, estão na Série B, enquanto o Figueirense vai disputar a Série C nacional. O Joinville, outro tradicional clube da região, estava sem divisão em 2023.

    Veja todas as campanhas do Criciúma na Série A

    • 1979 – Eliminado na primeira fase
    • 1988 – Rebaixado
    • 1993 – Eliminado na primeira fase
    • 1994 – Eliminado na quarta fase
    • 1995 – Eliminado na primeira fase (21º colocado)
    • 1996 – Eliminado na primeira fase (21º colocado)
    • 1997 – Rebaixado (24º colocado)
    • 2003 – 14º colocado
    • 2004 – Rebaixado (21º colocado)
    • 2013 – 14º colocado
    • 2014 – Rebaixado (20º colocado)

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