Governo de SP iniciará aplicação de 3ª dose em idosos a partir de 6 de setembro
Reforço vacinal só poderá ser feito após seis meses da aplicação da segunda dose nas pessoas com 60 anos ou mais; calendário escalonado para a terceira dose será discutido nesta quinta-feira (26)
Rafaela LaraJulyanne Jucáda CNN , em São Paulo
O governo de São Paulo vai iniciar a aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 a partir de 6 de setembro para idosos com mais de 60 anos. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta quarta-feira (25). O reforço vacinal só poderá ser feito após seis meses da aplicação da segunda dose.
Segundo o coordenador do comitê científico do governo, Paulo Menezes, a terceira dose é um “passo a mais” na proteção dos idosos neste momento em que a variante Delta se torna dominante. “A variante Delta se espalhou, se tornou dominante. Agora, é uma passo a mais na proteção destas pessoas. Estamos vendo vários países aplicando a dose adicional. Assim, o comitê entende que é muito adequado ter essa condição também para nossa população mais vulnerável”, disse.
O coordenador-executivo do comitê científico, João Gabbardo, afirmou que a aplicação da terceira dose será feita com o imunizante que estiver disponível no momento. A vacina da Janssen, que possui apenas uma dose, também terá reforço. “O posicionamento do comitê científico é que essa terceira dose ou a dose adicional pode ser utilizada com a vacina que tivermos disponível. Quando chegar a vez da Janssen, que é dose única, também haverá reforço. A vacina ou fabricante ficará de acordo com a disponibilidade”, disse Gabbardo.
Segundo o comitê, os indicadores da Covid-19 no estado estão em constante melhora mesmo com o aparecimento de casos da variante Delta em São Paulo, mas o reforço vacinal se faz necessário. “O que se sabe, pela experiência de outros países, que o enfrentamento dessa variante se dá de forma mais positiva quando as pessoas já estão com o esquema vacinal completo com as duas doses”, disse o coordenador-executivo.
Segundo Gabbardo, o comitê entende ser fundamental a antecipação da segunda dose da vacina. “Para isso foi encaminhado ao Ministério da Saúde essa solicitação de antecipação desses prazos. Também a questão de uma terceira dose/dose de reforço às faixas etárias consideradas, os idosos. Lembro que isso está sendo feito com todas as vacinas, independente da vacina utilizada nos idosos”.
De acordo com o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, o estado tem 266 amostras positivas da variante Delta. Ele informou ainda que o comitê estuda estratégias para o reforço vacinal de imunossuprimidos e novos anúncios voltados à esta população devem ser feitos nos próximos dias.
Na noite desta terça-feira (24), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que a vacinação com a terceira dose para idosos com mais de 70 anos acontecerá a partir de 15 de setembro.
O Ministério da Saúde recomenda que apenas o imunizante da Pfizer seja usado como terceira dose. O governo de SP, no entanto, afirma que não recebeu orientações da pasta neste sentido. “Aguardamos esse posicionamento do Ministério da Saúde. Eu não recebi ainda oficialmente do Ministério da Saúde, mas teremos também à disposição a vacina do Butantan. Todas estarão disponíveis para a população que for até a UBS para sua terceira dose. Teremos todas as vacinas”, disse Regiane de Paula.
Definição de calendário
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI), Regiane de Paula, a definição do calendário para a aplicação da terceira dose acompanhará a lógica de escalonamento de idade usado neste momento no estado e será discutido nesta quinta-feira (26).
“Vamos discutir amanhã esse calendário, começamos pelas faixas etárias mais velhas e fazendo esse escalonamento, até porque os municípios precisam saber como irão trabalhar e operacionalizar a campanha no seu território”, disse.
Na coletiva, o governador João Doria (PSDB) apresentou uma nova carteira de vacinação que será usada exclusivamente para a terceira dose – o cartão da dose de reforço é azul enquanto a carteira atualmente usada para as duas doses da vacina contra a Covid-19 é verde.
Gabbardo ressaltou ainda que o calendário também dependerá da disponibilidade de vacinas. “[O calendário] vai obedecer aos mesmos critérios do início da vacinação: faixas etárias mais altas, pessoas acima de 90 anos, e o cronograma vai ser estabelecido de acordo com os cálculos de disponibilidade de vacina. A nossa secretaria de Saúde fará os cálculos para poder tornar público o cronograma e a velocidade com que serão vacinadas.”