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    Banco do Brasil anuncia novo programa de crédito de R$ 10,5 bi para setor rural

    R$ 2 bilhões serão destinados a produtores que tiveram perdas decorrentes de geadas

    Por Nayara Figueiredo, da Reuters

    O Banco do Brasil anunciou nesta terça-feira (24) um reforço de R$ 10,5 bilhões em recursos adicionais para financiamentos no agronegócio, sendo R$ 2 bilhões destinados a produtores que tiveram perdas decorrentes de geadas.

    Os demais R$ 8,5 bilhões serão destinados para apoiar a ampliação da tecnologia, sustentabilidade e infraestrutura no campo, por meio do lançamento do Programa BB Investimentos Agro, disse o presidente do banco, Fausto Ribeiro, durante evento transmitido pela internet.

    “Não faltarão recursos para atendimento das demandas dos produtores rurais”, enfatizou o executivo.

    Também presente no anúncio, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o país assistiu recentemente a maior geada dos últimos 19 anos para a cafeicultura brasileira, problema que também deixou danos para outras lavouras como as de cana-de-açúcar.

    Daí, disse ela, surgiu a necessidade de realizar parcerias como a formalizada com o banco para prestar auxílio aos produtores rurais atingidos.

    “O Banco do Brasil colocou mais R$ 1 bilhão para atender principalmente os pequenos cafeicultores… tem aí uma estimativa de 18% a 20% de perdas, mas que ainda a gente leva um tempo para verificar o tamanho real das perdas que ocorreram com as geadas”, afirmou a ministra, sem detalhar se os prejuízos seriam referentes às áreas ou à produção.

    De acordo com a instituição financeira, foram liberados R$ 1 bilhão em financiamentos para recuperação de cafezais, com prazo de até cinco anos.

    Mais R$ 1 bilhão são destinados para a renovação de lavouras afetadas pelo frio extremo, com prazo de dois anos e meio.

    Tereza Cristina ainda lembrou que foram realocados R$ 1,3 bilhão em recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para produtores atingidos pelas geadas. A medida foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na última semana.

    Neste cenário, o presidente do Banco do Brasil ressaltou também que a instituição financeira tem estimulado a utilização de seguros agrícolas.

    “Com relação às recentes geadas, até o momento, mais de 17 mil sinistros foram acionados, entre seguros e Proagro. Desses, 80% já tiveram a vistoria realizada”, disse ele.

    Reforço

    A ministra admitiu que apesar do esforço da pasta em disponibilizar um Plano Safra robusto, mesmo diante do aperto fiscal do governo federal, os “agricultores estão prometendo uma safra maior do que nós pensávamos”.

    Desta forma, ela exaltou novamente a ajuda que virá por meio do reforço anunciado pelo Banco do Brasil.

    “Estes recursos poderão fazer com que a nossa safra realmente seja mais forte.”

    Pelo novo programa do banco, R$ 5,5 bilhões serão destinados para financiamentos de energia renovável, irrigação, produção integrada, recuperação de pastagem, máquinas e equipamentos, com prazo de até dez anos.

    Na área de armazenagem, foram disponibilizados R$ 2 bilhões com o objetivo de financiar a modernização e aquisição de silos e armazéns, também com até dez anos de prazo.

    Além disso, mais R$ 1 bilhão serão para atender pequenos e médios produtores com o BB Consórcio Armazenagem, cujo prazo é de até 240 meses.

    Segundo Ribeiro, dos R$ 135 bilhões que haviam sido anunciados inicialmente pelo banco no maior Plano Safra de sua história, já foram liberados R$ 23 bilhões entre julho e agosto, “o que demonstra uma forte demanda do setor pelos recursos”.

    “O desembolso recorde representa incremento de 61% em relação ao mesmo período da safra anterior, alcançando mais de 4.400 municípios com crédito rural”, acrescentou, destacando ainda que a carteira de crédito de agronegócio da instituição alcança cerca de R$ 206 bilhões em saldo.

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