Gonet deve tocar denúncias contra Bolsonaro da delação de Cid, dizem fontes
Atual chefia da PGR tem criticado publicamente a delação do ex-ajudante de ordens, dizendo não haver provas que embasem os crimes apontados por ele
Indicado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet deve tocar as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que aparecem na delação de Mauro Cid, dizem fontes próximas ao subprocurador.
A atual chefia da PGR tem criticado publicamente a delação do ex-ajudante de ordens, dizendo que não há provas que embasem os crimes apontados por ele, principalmente a denúncia de que Bolsonaro seria o mentor do 8/1.
Fontes próximas a Gonet classificam essa manifestação como corporativismo do Ministério Publico, que é contra que a Polícia Federal (PF) feche delações.
A tendência do novo PGR, dizem essas pessoas, é analisar a delação sem esse viés.
A PF está reunindo provas que comprovem a delação de Cid e já avançou bastante na venda de joias e na falsificação das carteiras de vacinação, dizem os investigadores.
O maior desafio continua sendo a acusação de golpe de Estado. Todos os crimes correm no mesmo inquérito.
O ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso e também um dos padrinhos da indicação de Gonet.
Fontes no Ministério Público já começam a questionar se haverá o devido distanciamento entre o Ministério Público e a Justiça nesse caso — como acontecia na época da Lava Jato.