Transplantes de rim caíram 15% durante a pandemia; médico explica importância
No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes falou sobre caso de americana que surpreendeu amigo com a doação do órgão
Na edição desta terça-feira (24) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre transplante de rim.
Uma mulher nos Estados Unidos surpreendeu um amigo que precisava da doação do órgão. Carrie Kimball se propôs a doar o rim e fez toda a preparação, incluindo os exames de compatibilidade, em segredo. Só depois de um ano, ela decidiu contar ao amigo que era a doadora, e o vídeo do momento da revelação viralizou nas redes sociais.
No Brasil, o número de transplantes de rim caiu 15% durante a pandemia. No primeiro semestre deste ano, foram 2.035 operações do tipo realizadas — no mesmo período do ano passado, foram 2.409.
“A queda dos números provavelmente tem relação direta com o momento que estamos vivendo”, disse Fernando Gomes. “A pandemia puxou os holofotes para onde existe necessidade imediata de intervenção para que o indivíduo não venha a morrer.”
O médico esclareceu que o rim, assim como pulmão e fígado, é um órgão que passa pelo processo de vicariação, ou seja, ele se regenera com facilidade. Por isso, uma pessoa é capaz de viver apenas com um dos rins.
“Quando o rim deixa de funcionar de forma adequada, se tem algumas opções. Pode-se fazer uma diálise peritoneal, que é a troca de líquidos realizada dentro da cavidade abdominal, ou, também, a famosa hemodiálise, aquela que o indivíduo vai à uma clínica e coloca tubos nos seus vasos sanguíneos para a máquina fazer o papel do rim filtrando”, explicou Gomes.
“Quando se chega numa situação extrema, a opção é o transplante de rim. Para ser realizada entre vivos, é necessário que o rim de uma pessoa tenha compatibilidade de sistema sanguíneo e imunológico. Assim, é feita uma cirurgia e implante no outro indivíduo.”
(*Com informações de Raphael Florêncio, da CNN, em São Paulo)