Greve em SP: começa a paralisação de trens e Metrô nesta terça-feira (28)
Transporte sobre trilhos operados pelo Metrô e pela CPTM está parcialmente suspenso durante protesto dos metroviários e ferroviários de São Paulo
Os serviços do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) estão sendo afetados pela greve dos metroviários e ferroviários de São Paulo nesta terça-feira (28). A paralisação teve início à 0h (horário de Brasília) e deve durar 24 horas.
A greve foi organizada por sindicatos de diversas categorias que representam o funcionalismo do estado de São Paulo. A expectativa é de que também haja paralisações em escolas da rede estadual de ensino e no atendimento da Sabesp.
Uma nota conjunta assinada pelas entidades organizadoras informa que o movimento é contra a privatização de empresas públicas como Sabesp, CPTM e Metrô. Os manifestantes também pedem a “reestatização dos serviços públicos privatizados” e o fim das terceirizações.
Os organizadores cobram também a reintegração dos metroviários que foram demitidos após a greve da categoria em outubro.
As linhas que não sofrerão nenhuma alteração em seu funcionamento nesta terça-feira são operadas por empresas privadas: a concessionária ViaQuatro, que opera a Linha 4 – Amarela (Luz – Vila Sônia), e a ViaMobilidade, que opera as linhas 5 – Lilás (Capão Redondo – Chácara Klabin), 8 – Diamante (Júlio Prestes – Amador Bueno) e 9 – Esmeralda (Osasco – Mendes/Vila Natal).
Veja as linhas do metrô e dos trens que estão sendo afetadas pela greve:
No metrô:
- Linha 1 – Azul (Jabaquara – Tucuruvi) Funcionando de Tiradentes até Ana Rosa
- Linha 2 – Verde (Vila Madalena – Vila Prudente) Funcionando de Ipiranga até Vila Madalena
- Linha 3 – Vermelha (Palmeiras/Barra Funda – Corinthians/Itaquera) Funcionando de Bresser até Santa Cecília
- Linha 15 – Prata (Vila Prudente – Jardim Colonial) Operação paralisada
Nos trens:
- Linha 7 – Rubi (Luz – Jundiaí) Funcionando de Luz a Caieiras com intervalo de 8 minutos
- Linha 10 – Turquesa (Luz – Rio Grande da Serra) Funcionando de Brás até Mauá com intervalo de 10 minutos
- Linha 11 – Coral (Luz – Estudantes) Funcionando de Luz até Guaianases com intervalo de 6 minutos
- Linha 12 – Safira (Brás – Calmon Viana) Funcionando do Brás até Calmon Viana com intervalo de 8 minutos
- Linha 13 – Jade (Engenheiro Goulart – Aeroporto de Guarulhos) Funcionando de Engenheiro Goulart até Aeroporto de Guarulhos com intervalo de 30 minutos
Linhas que não serão afetadas
No metrô:
- Linha 4 – Amarela (Luz – Vila Sônia) Operação normal
- Linha 5 – Lilás (Capão Redondo – Chácara Klabin) Operação normal
Nos trens:
- Linha 8 – Diamante (Júlio Prestes – Amador Bueno) Operação normal
- Linha 9 – Esmeralda (Osasco – Mendes/Vila Natal) Operação normal
Veja também: Justiça determina funcionamento de ao menos 85% dos trens e 80% do metrô nesta terça (28)
Rodízio suspenso
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo anunciou que o rodízio municipal de veículos na capital paulista estará suspenso ao longo de todo o dia nesta terça-feira (28) em razão da greve programada por funcionários do metrô e da CPTM.
Apesar da suspensão do rodízio, a CET informa que as faixas e corredores de ônibus continuarão funcionando normalmente de acordo com os horários estabelecidos. Também não haverá mudanças na Zona Azul.
A CET informa que continuam valendo também as demais restrições adotadas na cidade, como a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF).
Os ônibus municipais e intermunicipais deverão funcionar normalmente.
Ponto facultativo
O governo de São Paulo anunciou nesta segunda que irá decretar ponto facultativo no estado para a terça-feira. O objetivo é tentar minimizar os impactos da greve à população.
O governo garante que “os serviços de segurança pública não serão afetados, assim como os restaurantes e postos móveis do Bom Prato, que vão continuar a oferecer normalmente as refeições previstas para terça”.
“As consultas em Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) da capital e em outras unidades de saúde estaduais terão seus reagendamentos garantidos, assim como nos postos do Poupatempo”, acrescenta o governo.
Governo aciona a Justiça
O Palácio dos Bandeirantes acionou a Justiça para tentar garantir o funcionamento dos trens e do metrô.
O pedido de tutela antecipada protocolado tenta garantir a presença de 100% dos funcionários do sistema de transporte durante os horários de pico e de pelo menos 80% no restante do dia.
O governo afirmou, por meio de nota, que “age para que a população não seja prejudicada” e que “a greve é motivada por interesses políticos e a pauta principal dos sindicatos não está ligada a causas trabalhistas”.
“A irresponsabilidade dos grevistas afeta 1,2 milhão de estudantes inscritos no Provão Paulista, cujo exame começaria no dia 28 e teve que ser adiado para que nenhum aluno seja prejudicado”, diz o governo.
Liberação das catracas
Em coletiva no Palácio dos Bandeirantes na tarde de segunda-feira (27), o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas descartou a chance de liberar as catracas do sistema de transporte sobre trilhos (Metrô e CPTM) no estado.
Segundo Tarcísio, não há como liberar o fluxo e garantir a segurança dos usuários. “Não temos como controlar o fluxo. Se acontecer um acidente, teremos falhado. Se uma pessoa for parar na linha, teremos falhado. É o motivo pelo qual nenhum governo libertou a catraca. E nós também não vamos liberar.”
Veja algumas das entidades que apoiam a paralisação
- Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo)
- CPP (Centro do Professorado Paulista)
- CSP Conlutas
- CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
- CUT (Central Única dos Trabalhadores)
- Força Sindical
- Intersindical
- Sindicato dos Metroviários de São Paulo
- Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo
- Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil
- Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo)
- UNE (União Nacional dos Estudantes)
Veja também: Governo de SP entra na Justiça contra greve no transporte público
(Publicado por Gustavo Zanfer, com informações de Fábio Munhoz)