Fernando Molica: Frágil, pedido de impeachment de Moraes é meramente político

No quadro Liberdade de Opinião desta segunda-feira (23), o jornalista Fernando Molica repercutiu o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência do Senado.

Diversas manifestações contra o pedido foram feitas ao longo do fim de semana. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), magistrados e procuradores expressaram preocupação e ressaltaram que os poderes são independentes e devem ser harmônicos.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que não vê fundamentos para que o pedido vá adiante. Bolsonaro se pronunciou, dizendo que está agindo dentro da Constituição, e negou que se trate de uma revanche.

“É um pedido meramente político. É apenas uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de, mais uma vez, conseguir um enredo. Ele vai pautando a sua atuação política menos por questões administrativas, e principalmente, por suas polêmicas”, afirmou Molica. “Outro dia era o enredo do voto impresso, agora, mais uma vez, que já houve lá atrás, é o enredo de ataque aos ministros do Supremo.”

“É um pedido absolutamente frágil, isso foi dito e repetido ao longo do fim de semana, porque ele foca em decisões do ministro Alexandre de Moraes — e os juízes têm independência para dar as decisões que bem entendem. Isso é da lógica do juiz, ele não pode ser punido por conta de uma decisão, pois ela pode ser contestada em outras instâncias da Justiça, no caso do Supremo, pelo próprio plenário do STF”, disse o jornalista.

“O que Bolsonaro busca é, mais uma vez, tumultuar o processo. Estamos às vésperas do 7 de setembro, há manifestações convocadas pelo próprio presidente tentando criar essa instabilidade institucional que não é bom para ninguém — ou melhor, deve ser boa para o presidente Jair Bolsonaro”, concluiu Molica

O Liberdade de Opinião tem a participação de Fernando Molica e Alexandre Garcia. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

(Publicado por: André Rigue)

As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.