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    Sob temores com Afeganistão, Grécia finaliza muro na fronteira com a Turquia

    Construção possui 40 quilômetros de extensão

    Rob Picheta e Chris Liakosda CNN

    Grécia terminou de construir um muro de 40 quilômetros (25 milhas) ao longo de sua fronteira com a Turquia, em meio a preocupações em partes da Europa de que a tomada do Talibã no Afeganistão poderia causar um fluxo de pessoas em busca de asilo.

    Os ministros do governo grego percorreram a cerca na sexta-feira e disseram que a derrubada do governo do Afeganistão deu maior urgência aos esforços para reduzir o fluxo de migrantes através de suas fronteiras.

    O país estava no centro da crise migratória da Europa em meados da década de 2010, quando milhões de refugiados da Síria, Afeganistão e Iraque viajaram para o continente. Desde então, a Grécia tem assumido uma postura linha-dura, rejeitando os apelos da Turquia e de organizações internacionais para permitir que mais migrantes passem por suas fronteiras.

    [cnn_galeria id_galeria=”469054″ title_galeria=”Veja como está o Afeganistão após a tomada de poder pelo Talibã”/]

    “A crise afegã está criando novos fatos na esfera geopolítica e ao mesmo tempo criando possibilidades para fluxos de migrantes”, disse o ministro da Proteção ao Cidadão da Grécia, Michalis Chrisochoidis, em um comunicado do governo após visitar o muro de fronteira concluído na sexta-feira. “Como país, não podemos permanecer passivos às possíveis consequências.”

    O presidente turco Recep Tayyip Erdogan falou com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis sobre o Afeganistão na sexta-feira, disse o governo turco.
    Numa entrevista à televisão no dia anterior, ele exortou a União Europeia a ajudar os refugiados do país. “Se um período de transição não puder ser estabelecido no Afeganistão, a pressão sobre a migração, que já atingiu níveis elevados, aumentará ainda mais e esta situação representará um sério desafio para todos”, disse Erdogan.

    A postura sem remorso do presidente dos EUA, Joe Biden, que enfrenta críticas pela remoção caótica de tropas dos Estados Unidos no Afeganistão, desanima os líderes europeus que agora se preparam para uma possível emergência de refugiados.

    Milhares de afegãos tentaram deixar o país na semana passada, desde que o Taleban completou uma tomada de poder incrivelmente rápida e pôs fim a duas décadas de envolvimento dos EUA no país.

    Multidões de moradores desesperados se reuniram no aeroporto de Cabul em busca de um lugar nos voos militares ocidentais. Aqueles que não podem sair enfrentam um retorno a um regime repressivo do Taleban, que baniu as mulheres de suas ruas e locais de trabalho e aplicou a pena de morte para crimes como adultério feminino, homossexualidade e rejeição do Islã quando esteve no poder entre 1996 e 2001.

    “É nossa decisão … defender e proteger nossas fronteiras”, disse Chrisochoidis. “Nossas fronteiras permanecerão seguras e invioláveis. Não permitiremos movimentos incontrolados e erráticos e não permitiremos qualquer tentativa de violá-las.”

    Mesmo antes de o Talibã tomar o Afeganistão, a pandemia piorou a crise dos migrantes . Um acordo foi firmado entre a Turquia e a União Europeia em 2016 para impedir que migrantes viajassem do Oriente Médio para a Europa, mas no ano passado a Turquia aprovou a passagem de migrantes para o continente, dizendo que havia “atingido a capacidade máxima”.

    Os dois países compartilham uma fronteira no extremo nordeste da Grécia, que é freqüentemente um destino de requerentes de asilo que viajam pelo oeste da Ásia. Existem também inúmeras rotas marítimas para a Grécia.

    No ano passado, vários imigrantes em barcos disseram à CNN que foram empurrados de volta da Grécia, uma acusação que Atenas negou repetidamente. O ACNUR, a Agência da ONU para os Refugiados, exortou a Grécia a investigar relatos de resistências nas fronteiras do país.

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