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    ‘Megaseca’ nos Andes deixa picos de montanhas sem neve

    A chuva e a neve escassas estão deixando muitas das majestosas montanhas com áreas irregulares, o que cientistas consideram consequência das mudanças climáticas

    Juan Bustamante, da Reuters, em Buenos Aires

    A cordilheira dos Andes, que sempre atraiu esquiadores ao continente sul-americano, está enfrentando uma baixa histórica nas nevadas neste ano, durante uma seca que dura uma década, que cientistas dizem ser consequência do aquecimento global.

    A chuva e a neve escassas estão deixando muitas das majestosas montanhas, que se estendem entre o Equador e a Argentina, com áreas irregulares de neve, ou sem nada de neve, com a terra marrom dos picos à mostra. 

    Com a queda da precipitação e a diminuição das geleiras pela região, comunidades que dependem das montanhas para fornecimento de água podem sofrer com a escassez, disse Ricardo Villalba, principal pesquisador do Instituto Argentino de Neve, Geleiras e Estudos de Ciências Ambientais.

    “Aqui estamos vendo um processo de queda na precipitação em um longo prazo, uma megaseca”, disse Villalba.

    “Se olharmos os níveis de precipitação agora para a cordilheira inteira, eles mostram que ou não nevou nada, ou que nevou muito pouco”, apontou o cientista. 

    Atualmente o Hemisfério Sul está passando pelo inverno, quando deveria ser o auge da queda de neve.

    Os resorts de Ski reabriram após longos fechamentos durante a pandemia, e estão atraindo esquiadores saudosos para a fronteira entre Argentina e Chile. Mas a neve escassa está forçando muitos resorts a transportarem neve para cobrir descidas mais populares ou a fabricarem neve artificial.

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