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    Mestre da literatura italiana, Roberto Calasso morre aos 80 anos

    Fluente em várias línguas, seus trabalhos mais conhecidos são "A Ruína de Kasch", "Ka" e "As Núpcias de Cadmo e Harmonia"

    James Mackenzie, da Reuters

    O escritor italiano Roberto Calasso, “uma instituição literária em uma pessoa só”, cujas explorações eruditas do mito e da literatura foram traduzidas em mais de 20 línguas, morreu aos 80 anos, afirmou a editora Adelphi nesta quinta-feira (29).

    Filho de um professor universitário antifascista, Calasso nasceu em Florença em 1941 e rapidamente demonstrou uma inteligência literária prodigiosa, lendo o monumental “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust, aos 13 anos.

    Fluente em várias línguas, seus trabalhos mais conhecidos são “A Ruína de Kasch”, “Ka” e “As Núpcias de Cadmo e Harmonia”, uma versão do mundo da mitologia grega, mas seus assuntos variavam de deuses antigos ao pintor Tiepolo e escritores como Kafka e Baudelaire.

    Ele também estabeleceu uma posição de destaque na vida cultural italiana como diretor da editora de prestígio em Milão, Adelphi Edizioni, na qual trabalhou por quase 60 anos e que comprou em 2015 para impedir que fosse vendida ao grupo Mondadori.

    A dificuldade de classificar Calasso foi resumida pelo escritor Italo Calvino que disse que “A Ruína de Kasch” era sobre duas coisas. A primeira seria o estadista francês Talleyrand. A segunda, todo o resto.

    A Paris Review uma vez o chamou de “instituição literária em uma pessoa só” e, com sua mistura esotérica de interesses –de Marlon Brando a escritores do século 17 sobre hieróglifos– ele se tornou um dos escritores italianos mais reconhecidos internacionalmente.