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    Alguns setores comprometidos com corte de emissões terão juros menores no BNDES

    O banco de fomento quer estimular o processo de transição das empresas para a economia de baixo carbono

    Reuters

     

    O BNDES vai reduzir juros de suas linhas de financiamentos para alguns setores, como siderurgia, que assumirem compromissos de redução de emissões de carbono, disse o diretor de crédito produtivo e socioambiental do banco, Bruno Aranha, nesta terça-feira.

    Segundo ele, o banco quer estimular o processo de transição das empresas para a economia de baixo carbono. O ponto de partida da iniciativa foi o setor de biocombustíveis, que poderá se beneficiar de juros mais baixos nos empréstimos tomados do BNDES, caso alcance metas de redução de emissão de CO2.

     

    Ao menos três contratos já foram fechados com empresas do setor sucroalcoleiro que se comprometeram a diminuir a pegada de carbono nas suas atividades.

    Os juros, formados pela TLP ou por referenciais de custo de mercado, mais uma remuneração básica do BNDES de 1,5% ao ano, e uma taxa de risco de crédito, poderão ser reduzidos em até 0,4 ponto percentual caso o cliente comprove, após o período de carência, ter alcançado as metas de redução de emissão de CO2 definidas pelo programa, afirmou o banco.

    O diretor do BNDES acrescentou que a ideia é estender o programa de incentivo à redução de emissão de carbono a outros setores como metalurgia e siderurgia.

    “Esse são setores que têm esse desafio de pegada de carbono e que o banco financia”, disse ele a Reuters. “Nesses setores estamos estudando quanto pode chegar (a redução de juros), mas pode chegar no padrão de biocombustíveis”, adicionou.

    O banco quer fomentar a criação de um mercado de carbono dentro da carteira de crédito do banco. Setores que retiram carbono do meio ambiente poderiam negociar créditos de carbono com empresas mais poluentes.

    “Hoje, o setor florestal que tem uma área que foi desmatada, se ele faz o reflorestamento, ele gera um crédito de carbono. Isso vai ser validado por uma terceira empresa. O que a gente quer fazer é estruturar esse mercado voluntário”, explicou Aranha.

    “Uma empresa como a Petrobras, por exemplo, ou outra do setor de óleo e gás, vai comprar esse crédito do setor florestal. O BNDES está no meio do caminho e pode até comprar o crédito do setor florestal e depois vender, transmitir esse crédito para a emissora”, acrescentou.

    O banco também decidiu banir de futuros financiamentos projetos ligados a produção de carvão mineral e térmicas movidas a carvão mineral.

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