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    Cenário para as ações de tecnologia da China está piorando; entenda

    A China aprovou novas regras sobre a coleta e uso de dados pessoais, poucos dias após propor grandes mudanças

    Bolsa de Valores, Ações, Investimentos
    Bolsa de Valores, Ações, Investimentos Getty Images

    Julia Horowitzdo CNN Business

    A crescente repressão da China ao outrora poderoso setor de tecnologia do país não mostra sinais de enfraquecimento, fazendo os investidores se perguntarem: até onde isso vai?

    A China aprovou novas regras abrangentes sobre a coleta e uso de dados pessoais na sexta-feira (20), poucos dias depois de propor grandes mudanças para conter o comportamento anticompetitivo de grandes empresas de internet. Pequim diz que o possível manuseio incorreto de dados apresenta riscos à segurança nacional, já que os reguladores pressionam as empresas que listam no exterior.

    “Assim que a lei de privacidade entrar em vigor em novembro, o regime regulatório de tecnologia da China será um dos mais rígidos de qualquer grande economia”, disse Julian Evans-Pritchard, economista sênior para China da Capital Economics. “É uma mudança notável em relação a apenas um ano ou mais atrás, quando o oposto era o que acontecia.”

    A notícia fez com que o Hang Seng de Hong Kong caísse 1,8%, com o índice oficialmente entrando em um mercado em baixa, tendo despencado 20% em relação ao seu pico recente.

    O impacto do aperto constante de Pequim sobre as gigantes da tecnologia do país fica ainda mais aparente quando examinamos empresas individuais.

    Já se passaram mais de nove meses desde que o Ant Group, afiliado do Alibaba, suspendeu sua oferta pública após um desentendimento entre os reguladores da China e o co-fundador Jack Ma. Mesmo assim, as ações da empresa continuam a ser esmagadas.

    As ações da Alibaba em Hong Kong, que caíram 2,6% na sexta-feira, despencaram 32% no acumulado do ano, eliminando mais de US$ 180 bilhões em valor de mercado. As ações de Nova York contam uma história semelhante, tendo perdido 31% este ano.

    A JD.com, outra empresa chinesa de comércio eletrônico, viu suas ações caírem 2% em Hong Kong na sexta-feira. Em 2021, a queda já é de 29%.

    Está crescendo o consenso de que mais dor virá. Pritchard observa “preocupações legítimas sobre as motivações da repressão abrupta e se isso prediz esforços mais amplos para controlar o setor privado e sustentar a posição do estado”.

    Enquanto isso, as empresas apanhadas no fogo cruzado deixaram claro que acreditam que a campanha dos reguladores só vai se intensificar.

    A Tencent, gigante chinesa dos jogos e mídia social, disse na quarta-feira que “novas regulamentações devem estar chegando” em um futuro próximo.

    “Os reguladores estão muito focados em identificar e retificar o mau comportamento da indústria e também em regulamentações eficientes”, disse Martin Lau, presidente da Tencent, a analistas durante uma teleconferência. “Eles enfatizam a conformidade, a responsabilidade social, bem como um comportamento justo e adequado.”

    Lau observou que a empresa tentaria evitar problemas. “Haverá incertezas de curto prazo e muitos novos regulamentos que virão, mas estamos bastante confiantes de que podemos cumprir”, disse ele.

    Mas isso não impediu que as ações da empresa perdessem 9,5% esta semana. No acumulado do ano, elas caíram 25%.