Bolsonaro pode sentir impacto negativo da política econômica antes da eleição
Na visão dos analistas da CNN Caio Junqueira e Raquel Landim, presidente pode sofrer os impactos negativos das apostas econômicas antes da eleição
A decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em orientar a política econômica do governo pensando nas eleições de 2022 pode ter sido feita cedo demais, na visão dos comentaristas da CNN Caio Junqueira e Raquel Landim.
Segundo Landim, as políticas de Bolsonaro com um foco mais popular, como a transformação do Bolsa Família, com acréscimo no valor oferecido, pode não ser uma prática exclusiva deste governo, mas ao ser feita mais de um ano antes da eleição, há o risco de os reflexos negativos de uma política mais populista serem sentidos antes do pleito.
O dólar registrou alta de 0,88% nesta quinta, chegando a R$ 5,4231. Este é o maior avanço da moeda norte-americana desde 4 de maio. Em entrevista para a CNN, o ex-presidente do Banco Central (BC) Ilan Goldfajn afirmou que o mercado “acordou” para os problemas brasileiros.
Para Landim, o “despertador” para esta reação foi a PEC dos Precatórios, proposta que busca reorganizar dívidas da União e vista como a principal alternativa para o governo reformular o Bolsa Família. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta que caso a Proposta de Emenda Constitucional não avance, o governo ficará sem dinheiro “para todo o resto”.
Pelo lado político, Caio Junqueira concorda que Bolsonaro usa a política econômica pensando em 2022. O analista vê o presidente trabalhando em dois lados. Para a sua base fiel, constantes crises institucionais, para o resto do eleitorado necessário para a reeleição, um “populismo fiscal”.
Publicado por Evandro Furoni