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    Apesar da alta de juros, não teremos inflação dentro da meta, diz economista

    À CNN Rádio, Fábio Astrauskas disse que aumento de 1 ponto percentual da Selic é “recado duro” do Banco Central

    Foto: Getty Images/Matthias Kulka

    Amanda Garcia, com produção de Bel Campos, da CNN Brasil

     

    O anúncio do Comitê de Política Monetária do Banco Central, de aumento da taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual, não será suficiente para controlar a inflação nos limites da meta neste ano, segundo a avaliação do economista Fábio Astrauskas em entrevista à CNN Rádio nesta quinta-feira (5).

    Segundo ele, o salto da taxa de referência do país de 4,25% para 5,25% — o quarto aumento consecutivo — “foi um recado bem mais duro, de que o BC não irá tolerar por muito tempo uma inflação acima do teto”.

    No entanto, Fábio fez uma ressalva. “O que estamos vendo é que, apesar da firmeza do BC para controlar a inflação, esse instrumento de aumento de juros, isoladamente, não será suficiente para isso.”

    Ele acredita que, neste ano, “não teremos inflação ainda controlada, ficará certamente acima da meta, que é de 5,25%, para 2021 essa meta está estourada, a briga é que o BC consiga, por esse aumento de juros, trazer a inflação ao longo do ano que vem para um patamar dentro dos limites estabelecidos.”

    E quem sofrerá as consequências será a população menos favorecida. “O principal efeito infelizmente negativo do processo inflacionário é promover ou aumentar a desigualdade, piora a situação de quem tem menos recursos, seja pessoa física ou pessoa jurídica.”

    “A inflação é instrumento perverso para a concentração de renda, ao longo do tempo, o bem-estar social, as políticas de governo ficam amortecidas, diminuídas, por isso os países se preocupam muito com inflação, não só o Brasil”, completou.

    Além disso, a inflação diminui a possibilidade de o empresário crescer. “Ele deixa de ofertar produtos, o que diminuiria a inflação, é um círculo vicioso, no médio e longo prazo prejudica o país como um todo, especialmente o menor empresário, o pequeno está menos protegido, com poucas possibilidades de crédito.”