Bolsa fecha em alta com melhora externa, mas recua 2,5% na semana; dólar cai
Ainda assim, o índice acumulou performance negativa na semana, de 2,5%, em meio a receios sobre redução de estímulos e ruídos políticos
O dólar avançou contra o real na manhã de sexta-feira (20), caminhando para forte ganho semanal em meio à expectativa de redução de estímulos pelo Federal Reserve já em 2021, com o ruído político e fiscal doméstico colaborando para a aversão a risco dos investidores.
No fechamento da sessão, no entanto, a moeda norte-americana recuou 0,49%, a R$ 5,396 reais na venda. A mudança se deu por conta de um alívio na percepção de risco internacional. Após semana ruim, as bolsas de Nova York voltaram avançar impulsionadas por papéis de tecnologia.
Na véspera, o dólar à vista subiu 0,88%, a R$ 5,4231, maior patamar desde 4 de maio (R$ 5,4322).
Segundo Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, o arrefecimento foi um movimento técnico, com exportadores “aproveitando a alta (do dólar) para internalizar recursos”.
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, compartilha da mesma visão: “É natural, sempre que vemos um movimento muito agudo de alta, haver também um movimento de realização. O exportador, que tem muita posição em dólar, vê o patamar de R$ 5,47 (reais) como ponto de realização, percebendo um sobrepreço.”
Na B3, o clima também era negativo nos primeiros negócios, com o Ibovespa abrindo o pregão com tendência de queda. No fechamento do pregão, o índice mostrou recuperação e avançou 0,85%, aos 118.155 pontos.
As ações da Lojas Renner, que sofreu um ataque cibernético na quinta-feira (19) que afetou diretamente parte do seu sistema, recuou 0,63%, negociadas a R$ 39,20. A Sabesp, por outro lado, subiu mais de 10% após Rodrigo Maia, recém-nomeado secretário de Projetos e Ações Estratégicas de São Paulo, citar uma possível privatização da empresa.
Apesar da melhora, o Ibovespa ainda acumulou uma perda na semana de cerca de 2,5%.
*Com Reuters