Crise hídrica pode se agravar e perdurar até 2022, diz professor
À CNN Rádio, Pedro Cortes afirmou que o fenômeno La Niña e o desmatamento da Amazônia contribuem para a seca histórica
Em entrevista à CNN Rádio nesta sexta-feira (20), o professor do Instituto de Energia da USP, Pedro Cortes, disse que a crise hídrica pela qual o Brasil passa deve se estender para o ano de 2022.
Nesta semana, a Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) comunicou que o Sistema Cantareira atingiu um volume útil de 39,2%, que já configura sistema de alerta. De acordo com Cortes, a situação do Cantareira é “muito difícil”, especialmente porque os prognósticos climáticos indicam redução de chuvas no 2º semestre.
“A primavera deve ser menos chuvosa do que o usual, o mesmo durante o verão, o que amplia a fase crítica para o segundo semestre e o ano que vem.”O professor atribui a falta de chuvas a dois fatores: o fenômeno La Niña, que “quando ocorre, promove estiagem na região Sul” e que voltará no final deste mês até o início do próximo ano, e a diminuição das chuvas da Amazônia, “em decorrência do desmatamento.”“O cenário atual, com o La Niña e redução das chuvas na Amazônia, fará com que o período que seria de recarga seja de queda no volume de precipitação”, avaliou.
O especialista explica que a comparação dos níveis já aponta que o número atual é pior do que o do ano de 2013, que antecedeu a crise hídrica de 2014. “Estamos mais vulneráveis do que em 2013, na soma, temos 20% do volume abaixo do que tínhamos, em 2022 a tendência é de que a situação fique muito crítica.”