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    Empresas investem em atletas com projetos sociais

    Algumas empresas entenderam que associar seu nome a esportistas pode ser mais que uma estratégia de marketing

    Soraya Lauand, da CNN Brasil, em São Paulo

     

    Antes de subir no pódio, os atletas suam não só nos treinos, mas na busca por apoio financeiro. Nesse cenário, algumas empresas entenderam que associar seu nome a esportistas pode ser mais que uma estratégia de marketing, mas um incentivo para uma mudança social.

    A atleta paralímpica Luiza Fiorese está na contagem regressiva para sua grande estreia. Ela vai representar o país no vôlei sentado, uma das modalidades da Paralimpíada de Tóquio.

    “É um misto de sentimentos, realização de um grande sonho. Focada em trazer uma medalha”, conta ela à CNN Brasil.

    Luiza sonhava mesmo em ser jogadora de handebol, mas um câncer atingiu em cheio os movimentos da sua perna esquerda. Mesmo assim, a atleta nunca pensou em abandonar o esporte. Além do incentivo dos pais, conseguiu apoio fora de casa num projeto de patrocínio a atletas mulheres.

    “Hoje eu sou a única paralímpica do time. Acho que o patrocínio me colocou num patamar de referência para outras meninas” diz.

    Um dos apoios financeiros que a Luiza recebe vem de uma empresa que entendeu a importância de valorizar a presença feminina no esporte. Foram selecionadas 12 atletas de diferentes modalidades que, além de dar o melhor nas competições, também vão servir de inspiração para outras mulheres.

    “Ver essa transformação é o sonho de muita gente. Isso tem gerado conversas super inspiradoras e relevantes, que fazem com que as atletas acabem se envolvendo com a marca de uma maneira muito diferenciada, justamente por sentir o apoio e sentir que isso pode inspirar mais pessoas. Se torna um movimento. E, assim, a gente reforça a mensagem de que o futuro das mulheres no esporte a gente constrói hoje.”, diz Alexia Duffles Drummond, diretora de marketing da MRV.

     

    A participação feminina nos jogos de Tóquio já é a maior da história. E vem trazendo grandes conquistas para o esporte brasileiro. Mulheres que assumem o protagonismo ao superar seus próprios recordes e se tornam referência ao deixar sua marca na história.

    Quem não comemorou o pódio da nossa fadinha? Em um ambiente dominado por meninos e sem nenhuma mágica, Rayssa Leal conquistou a medalha de prata na estreia do Skate Street em olimpíadas.

    “E a gente fica pensando quantas futuras skatistas a gente não vai ajudar construir com essa história de apoio”, diz Alexia, da MRV.

    Realidade ainda distante

    Mas patrocínio ainda é uma realidade distante da maioria dos novos atletas. São investimentos pesados que precisam cobrir custos e ajudar nesta formação.

    Katrine da Silva Costa é jogadora do Palmeiras. Ela recebe apoio da Puma, empresa de materiais esportivos, e pede por igualdade nos investimentos para homens e mulheres no esporte.

    “Eu espero que um dia a gente do futebol feminino viva 10% do que o futebol masculino vive hoje”, diz.

    Uma das empresas mais tradicionais no apoio ao esporte, o Banco do Brasil vê o patrocínio não só como estratégia de marketing, mas como um impulso para mudanças sociais.

    “É uma plataforma importante para o banco. Porque é uma plataforma de relacionamento, de inclusão social, de retorno de imagem e é uma ferramenta que nos apoia aqui também nos negócios”, diz Paula Sayão, diretora de marketing do BB.

    “Eu acho que a gente precisa de ídolos mulheres, ídolos com deficiência, ídolos mulheres com deficiência, e é isso q eu quero ser. Referência para outras meninas, que as pessoas olhem para mim e se inspirem de verdade. Acho q a minha luta faz muito parte disso, não é só dentro de uma quadra, mas fora dela eu também sei que tenho um papel fundamental”, diz Luiza.

    Mulher atleta
    Mulher atleta
    Foto: Westend61 / Getty Images