Mulheres negras perdem vagas de trabalho durante pandemia, aponta estudo
Pesquisa foi realizada no Rio de Janeiro pela secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação
Um estudo inédito da secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação (SMDEIS) do Rio de Janeiro mostra que a pandemia do novo coronavírus reduziu ainda mais a participação de mulheres negras no mercado de trabalho no município. A pesquisa divulgada nesta semana visa identificar as desigualdades por gênero e raça.
O levantamento aponta que a taxa de negras no mercado de trabalho caiu nove pontos percentuais no primeiro trimestre do ano em comparação ao mesmo período do ano passado, de 56% para 47%.
Apesar de representar 22,5% da população em idade ativa – acima de 14 anos, as negras ocupam apenas 18% dos postos de trabalho com carteira assinada no primeiro trimestre de 2021.
Área de atuação de mulheres negras
A pesquisa traça também o perfil das ocupações exercidas pelas mulheres negras. De acordo com os dados, 68,2% das mulheres negras trabalham em serviços domésticos no Rio. Já 15,2% do grupo tem cargo nos setores de informação, comunicação e atividades financeiras e 10,8% nas áreas de administração pública.
O Secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões, confirmou a desigualdade, mas explicou que a Prefeitura do Rio vai realizar medidas para reduzir a desproporção no mercado de trabalho.
“Precisamos investir na formação e capacitação dessas mulheres. Estamos desenvolvendo programas de educação financeira e de alfabetização tecnológica. O objetivo é que, no máximo, no início do ano que vem eles possam sair do papel”, explica o secretário.
A desigualdade também chama atenção no quesito escolaridade, quando 44,6% das mulheres brancas possuem superior completo contra 21,3% das mulheres negras.