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    Nuvemshop recebe aporte de R$ 2,6 bilhões e se torna novo unicórnio brasileiro

    Rodada de investimentos coloca a empresa de comércio eletrônico na lista de startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão

    Leonardo Guimarães, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A Nuvemshop, plataforma de e-commerce para pequenos e médios varejistas, anunciou nesta terça-feira (17) que recebeu um aporte de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) em uma rodada liderada pelos fundos Insight Partners e Tiger Global Management. 

    Com o investimento, a startup se torna mais um unicórnio brasileiro – pode haver um debate sobre a nacionalidade da empresa, já que ela foi fundada na Argentina, mas, com a matriz transferida para cá, a Nuvemshop se apresenta como uma companhia brasileira. Agora, o valor de mercado da empresa passa a ser de US$ 3,1 bilhões (R$ 16 bilhões). Unicórnios são startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

    Em entrevista ao CNN Brasil Business, Santiago Sosa, CEO e co-fundador da Nuvemshop, disse que, com o aporte, nada muda “conceitualmente falando”, mas o dinheiro vai ser importante para apoiar mais empresários que querem digitalizar seus negócios. 

    O novo unicórnio ajuda varejistas a criar e gerenciar lojas virtuais. As lojas pagam mensalidades a partir de R$ 49,90 e taxas por vendas em troca de sites com suas marcas preparados para vender online, com soluções de gerenciamento e marketing. 

    Com o avanço do e-commerce e apenas 2% das PMEs presentes no online, a startup de Santiago Sosa chamou atenção do mercado. Este é o quinto aporte que a empresa recebe. A última rodada aconteceu há apenas cinco meses e rendeu à startup US$ 90 milhões (R$ 500 milhões).

    Com mais dinheiro no bolso, a Nuvemshop vai atacar várias frentes ao mesmo tempo. Aumento do número de ferramentas na plataforma, expansão internacional, aquisições e melhoria de serviços para médias empresas estão na lista para os próximos anos. Sim, “anos”, já que Sosa disse que a empresa não vai “pegar dinheiro para acelerar cinco ou seis meses” apenas. 

    Ecossistema mais robusto

    A Nuvemshop começou como uma ferramenta de construção de sites para pequenos empresários e, aos poucos, foi acrescentando funcionalidades para atender lojas virtuais. Hoje, a startup tem uma loja de aplicativos (parecida com lojas de smartphones), com programas que ajudam os varejistas na gestão de caixa, pagamentos, gestão de logística, automatização de estratégias de marketing e gestão de estoque. 

    “Qualquer desenvolvedor pode chegar na Nuvem e lançar aplicativos que funcionam na nossa plataforma”, explica Santiago Sosa. “Estamos seguindo estratégia similar às lojas de aplicativos de smartphones”. 

    O ecossistema da Nuvem tem, hoje, 300 aplicativos conectados. Os clientes podem comprar os programas para usar serviços de logística, gestão de caixa, atendimento aos cliente e pagamentos. A plataforma ainda tem mais de mil agências de marketing conectadas para vender serviços de comunicação e aumento de vendas. 

    O CEO da Nuvemshop garantiu que “não tem segredo” para continuar atraindo parceiros para a plataforma e que a empresa precisa identificar as necessidades dos varejistas para enriquecer seu ecossistema. 

    Toda essa melhoria nos serviços também visa atrair peixes maiores para a plataforma. Enquanto a Nuvemshop crescia e se tornava um unicórnio, lojas dentro de seu ecossistema também ganharam escala e saíram da informalidade. Agora, elas precisam de atendimento diferenciado em relação aos lojistas com volume menor de vendas. 

    “Tudo relacionado a gestão muda drasticamente. Pequenos conseguem resolver problemas manualmente, já as médias, que entregam até 1.500 pedidos por mês, precisam de automação e facilidade”, explica Sosa. 

    Se conseguir atrair mais clientes médios que hoje estão fora da plataforma, o negócio da Nuvem ainda pode ganhar muita escala. No primeiro semestre deste ano, as lojas conectadas à plataforma da startup faturaram R$ 2,6 bilhões nos três países onde a companhia atua. Captando lojistas maiores, esse indicador deve ter muito espaço para crescimento.

    Para atender esse público, o novo unicórnio criou a Nuvemshop Empresarial, um plano com nível de atendimento mais sofisticado para atrair lojistas com faturamento maior. “O programa nasceu da necessidade de acompanhar nossos clientes ao longo de suas vidas”.

    Com o cofre cheio, o novo unicórnio não esconde que deve fazer aquisições para incrementar seu ecossistema. Fintechs podem estar no radar, já que a empresa manifestou o desejo de desenvolver soluções financeiras próprias, mas nenhum anúncio foi feito ainda. 

    Santiago Sosa Nuvemshop
    Santiago Sosa, CEO da Nuvemshop
    Foto: Divulgação/Nuvemshop

    Expansão internacional 

    Nascida na Argentina, a Nuvem se considera uma empresa brasileira. A maior parte dos funcionários, faturamento e clientes está aqui. A empresa começou a operar no Brasil logo após sua fundação, em 2011. Portanto, ampliar fronteiras não é bem uma novidade para eles, já que a operação ainda conta com uma sede no México. 

    Agora, com o aporte de R$ 2,6 bilhões, três países estão na mira da Nuvemshop: a empresa vai começar a operar na Colômbia e Chile ainda em 2021 e no Peru a partir do ano que vem. 

    Para chegar com força nos outros países americanos, a startup de e-commerce vai manter sua estratégia de contratar profissionais locais, como fez no Brasil e no México. Afinal, são os colombianos, chilenos e peruanos são especialistas em tributação, legislação e empreendedores de seus países. 

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