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    Após disparada das ações, veja se ainda vale a pena comprar papéis da Petrobras

    Ações da estatal subiram depois que a empresa divulgou balanço surpreendente e anunciou distribuição de R$ 31,6 bilhões em dividendos

    Foto: REUTERS/Ricardo Moraes

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    A Petrobras parece ter vencido a desconfiança dos investidores com anúncios importantes na quarta-feira (4), que passam pela divulgação de seu balanço financeiro e pela distribuição de dividendos. Os papéis da estatal dispararam 9,6% no pregão desta quinta (5) e, agora, passam ao campo positivo no acumulado do ano. 

    O mercado vinha punindo esses papéis nos últimos meses com o temor de interferência do governo federal no preço dos combustíveis. No dia 22 de fevereiro, as ações da estatal caíram 21% depois da indicação do general Joaquim Silva e Luna para o comando da companhia, no lugar de Roberto Castello Branco. 

    Agora, as ações preferenciais e ordinárias já são negociadas acima do preço de abertura do ano. Mas, ainda que tenham disparado no último pregão, ainda é uma boa investir em Petrobras, segundo especialistas. 

    Vale a pena? 

    “Mesmo com a disparada de hoje, ainda vale a pena entrar em PETR3 e PETR4, na nossa visão, porque, mesmo com essa alta, a empresa segue muito descontada em relação ao que consideramos seu valor”, afirma Lucas Marins, analista da Investmind. 

    A casa de análises fixou o preço-alvo para PETR4 em R$ 36. Ou seja, a ação ainda precisaria subir 26,9% depois deste último fechamento para chegar no que a empresa considera justo para o papel. 

    “Os números divulgados pela Petrobras foram ótimos e melhores do que as  expectativas,  que já eram altas” diz relatório da Investmind. 

    O BB-BI segue a mesma linha de pensamento: recomendação de compra e preço-alvo em R$ 36.

    “Seguimos otimistas com o papel, considerando: as boas condições no mercado internacional de petróleo; as perspectivas de aumento da produção; as seguidas reduções nos custos de extração; e as boas perspectivas de dividendos que já estão presentes neste ano, e devem seguir atrativas”, afirma o banco de investimentos, em relatório. 

    Dividendos, aliás, que tiveram grande participação na alta das ações da Petrobras. A empresa aprovou o pagamento de R$ 31,6 bilhões em duas parcelas. Até dezembro, os acionistas vão receber R$ 2,42 por ação. 

    E os riscos?

    Apesar dos números que animam, os investidores ainda precisam ficar de olho nos riscos. O mais temido pelo mercado é de nova interferência do governo na gestão da empresa, fator que já fez a Petobras perder R$ 73 bilhões em valor de mercado em apenas um dia. 

    O relatório do Credit Suisse fala sobre esses riscos, mas, mesmo assim, o otimismo predomina. A empresa elevou a recomendação de neutra para outperform – o que significa que a ação deve performar melhor que o Ibovespa – e elevou o preço-alvo do ADR da Petrobras listado na Nyse para US$ 14. No último fechamento, o papel valia US$ 11,27. 

    “Reconhecemos que existem riscos significativos no horizonte. No entanto, acreditamos que a combinação de uma avaliação muito descontada e altos rendimentos no curto prazo supera os riscos”, aponta o Credit Suisse.