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    Philip Morris deixará de vender cigarros Malboro no Reino Unido até 2030

    Apesar do anúncio, ativistas antitabagismo ainda mostram ceticismo com os planos da empresa

    Foto: Reuters

    Hanna Ziady, do CNN Business, em Londres

    A Philip Morris disse nesta segunda-feira (26) que vai parar de vender cigarros Marlboro na Grã-Bretanha até 2030 e pediu ao governo do Reino Unido que proíba a venda de seus produtos de tabaco.

    O anúncio vem em meio ao crescimento no número de fumantes no Reino Unido – onde os cigarros são vendidos em embalagens sem logo desde 2016 – e um impulso do governo local para reduzir o tabagismo.

    Muitos investidores já retiraram o tabaco de seus portfólios e um número crescente de instituições financeiras se comprometeu a implementar políticas anti-tabaco.

    O CEO da Philip Morris, Jacek Olczak, disse ao Sunday Telegraph que o governo do Reino Unido deveria tratar os cigarros como carros movidos a gasolina, cuja venda deverá ser proibida a partir de 2030.

    A empresa acrescentou em um comunicado na segunda-feira que “pode ??ver um mundo sem cigarros”.

    “Quanto mais cedo acontecer, melhor para todos”, disse a vice-presidente de comunicação estratégica e científica da empresa, Moira Gilchrist. “Com as medidas certas em vigor, (a Philip Morris) pode parar de vender cigarros no Reino Unido em 10 anos”, acrescentou ela.

    Segundo a Organização Mundial de Saúde, fumar – incluindo fumantes passivos – mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Isso se compara com cerca de 4,1 milhões de mortes por Covid-19 registradas até o momento.

    A Philip Morris, que foi separada da Altria, listada em Nova York em 2008, investiu US$ 8 bilhões e contratou dezenas de cientistas e técnicos para desenvolver alternativas de menor risco aos cigarros, incluindo seu principal produto, o IQOS, que aquece em vez de queimar tabaco.

    “Parar de fumar é a melhor opção, mas para aqueles que não o fazem, a ciência e a tecnologia permitem que empresas como a nossa criem alternativas melhores para continuar fumando”, disse Gilchrist. A empresa quer gerar mais de 50% da receita líquida de produtos para não fumantes em quatro anos, ante cerca de um quarto atualmente.

    No início deste mês, a Phillip Morris anunciou que havia concordado com um acordo de US$ 1,2 bilhão para comprar a Vectura, uma fabricante de inaladores para asma do Reino Unido. A empresa de tabaco disse em um comunicado que a transação fazia parte de sua estratégia “Além da Nicotina”.

    Ativistas antitabagismo expressaram ceticismo na segunda-feira sobre os planos da empresa. Os críticos há muito questionam o quanto a indústria do tabaco está comprometida com a mudança, dado seu uso anterior de propaganda para proteger seus interesses.

    “A Philip Morris afirma que quer ver o fim do tabagismo há anos, mas como essas afirmações podem ser levadas a sério por uma empresa que vende mais de um em cada dez cigarros fumados em todo o mundo?”, disse Deborah Arnott, CEO da ONG Action on Smoking and Health em um comunicado na segunda-feira.

    Ela acrescentou que “palavras bonitas” não são a solução e que empresas como a Philip Morris deveriam financiar campanhas apoiadas pelo governo para desencorajar o fumo e ajudar os fumantes a parar de fumar.

    O governo do Reino Unido anunciou sua ambição em 2019 de acabar com o tabagismo na Inglaterra até 2030. No ano passado, revelou um plano que inclui uma proposta para obrigar os fabricantes de tabaco a financiarem o apoio para que os fumantes deixem de fumar.

     

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