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    Covid-19: Sintomas persistentes a longo prazo são raros em crianças, diz estudo

    Em geral, os participantes da pesquisa publicada na revista científica Lancet tiveram uma média de três sintomas, que perduraram por cerca de seis dias

    Luana Franzão*, da CNN, em São Paulo

    Um estudo publicado na parte de Saúde da Criança e do Adolescente da revista científica The Lancet nesta terça-feira (3) aponta que crianças são menos propensas a apresentar sintomas da Covid-19 a longo prazo.

    A pesquisa, realizada por cientistas de universidades do Reino Unido, acompanhou 1734 crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que testaram positivo para a Covid-19 e foram sintomáticas. Em geral, os participantes do estudo tiveram uma média de três sintomas, que perduraram por cerca de seis dias.

    Os pesquisadores apontaram que 4,4% das crianças tiveram sintomas da doença por mais de quatro semanas, sendo os mais comuns fadiga, dores de cabeça e perda do olfato. No entanto, 98,2% – ou seja, quase todos os participantes – já haviam se recuperado em oito semanas.

    Este resultado dá mais segurança aos cientistas em relação aos sintomas persistentes da Covid-19 em crianças e adolescentes em idade escolar.

    É tranquilizador que o número de crianças que vivenciam sintomas persistentes da Covid-19 seja baixo. Ainda assim, um pequeno número delas passa por uma infecção longa da doença, e nosso estudo valida a vivência dessa criança e de sua família

    Emma Duncan, autora sênior e professora do King's College de Londres

    As infecções foram monitoradas entre os dias 1 de setembro de 2020 e 22 de fevereiro de 2021, com os pais e responsáveis pelas crianças e adolescentes participantes registrando constantemente os sintomas da doença em um aplicativo desenvolvido especialmente para o estudo.

    “Nossos dados destacam que outras doenças, como gripes e resfriados, também podem ter sintomas prolongados em crianças, e é importante considerar isso ao planejar serviços de saúde pediátricos durante a pandemia e após. Será particularmente importante, pois a permanência dessas doenças deve aumentar com a revogação das medidas de distanciamento social de prevenção à Covid-19”, expôs Michael Absoud, outro autor sênior da pesquisa e também professor da King’s College em Londres. 

    Todas as crianças que possuem sintomas persistentes – de qualquer doença – precisam de acompanhamento médico a longo prazo, multidisciplinar, juntamente com informação, para permitir que encontrem seu caminho individual de recuperação.

    Michael Absoud, autor sênior da pesquisa e professor da King's College de Londres
    Criança de máscara
    Uso de máscaras por crianças é tão importante quanto em adultos
    Foto: Today’s Parent

    *sob supervisão

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